Évora: Arquidiocese anuncia que pároco de Samora Correia vai retomar funções, após conclusão de processos canónico e civil

Nota deixa pedido de perdão às vítimas de abusos sexuais, por um colaborador leigo, «afastado de qualquer tarefa paroquial»

Évora, 04 nov 2022 (Ecclesia) – A Arquidiocese de Évora anunciou hoje que o pároco de Nossa Senhora da Oliveira, Samora Correia, vai retomar funções, após a conclusão da investigação canónica sobre a sua gestão de casos de abusos sexuais, que envolvem um colaborador leigo.

O padre Heliodoro Maurício Nuno tinha sido suspenso, preventivamente, em julho deste ano.

“O pároco retoma o exercício normal de todas as tarefas pastorais, de que tinha sido preventivamente afastado para permitir todas as averiguações, com as quais colaborou sempre com a máxima disponibilidade”, explica a nota enviada hoje à Agência ECCLESIA pelo Departamento de Comunicação da Arquidiocese de Évora.

O comunicado precisa que a decisão surge após a conclusão dos processos na justiça civil e canónica.

Quanto ao colaborador em causa, acusado de dois atos de abuso de menores em 2020 e em 2021, este mantém-se cautelarmente proibido de contactos por qualquer meio com menores de 16 anos e sujeito à medida de coação de obrigação de permanência na habitação com recurso a vigilância eletrónica, após o Tribunal Judicial de Santarém ter decido levá-lo a julgamento.

“Em interrogatório durante o inquérito judicial, o colaborador confessou ter praticado os atos de que é acusado”, assinala a Arquidiocese de Évora.

Pedimos, com máxima dor, desculpa às vítimas, às suas famílias, às comunidades, e a Deus, por não termos evitado que estes abusos tivessem acontecido. Continuaremos em contacto com as famílias envolvidas para dar todo o apoio que seja necessário. O suspeito está definitivamente afastado de qualquer tarefa paroquial”.

Na mesma decisão judicial, o Tribunal decidiu não pronunciar o pároco, por não ter encontrado indícios de “nenhuma vontade de encobrimento ou de menosprezar os factos e as situações”, tendo admitido que “foi subestimado foi o risco futuro de tal voltar a acontecer”.

A atuação do pároco foi apresentada pela Arquidiocese de Évora ao Dicastério para a Doutrina da Fé (Santa Sé), o qual declarou que “não se encontram elementos que configurem um delito canónico” por parte do sacerdote, que “não agiu de modo doloso”.

“Este caso consolida o nosso desejo de querer aprender a agir melhor. A Arquidiocese de Évora e a sua Comissão Arquidiocesana de Proteção e Segurança de Menores continuarão a trabalhar na prevenção e cuidado dos menores e das pessoas vulneráveis nas suas Comunidades, Instituições e Associações”, conclui a nota.

OC

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