Evangelização: Vaticano desafia missionários a mostrarem a sua força em «Ano da Fé»

Responsável da Santa Sé diz que é preciso «ousar mais» no anúncio de Cristo e recorda relação «problemática» com a China

Lisboa, 09 mai 2012 (Ecclesia) – O prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos espera que as obras missionárias aproveitem eventos como o ‘Ano da Fé’ e a celebração do 50º aniversário do Concílio Vaticano II para mostrarem a sua força.

Na abertura da assembleia geral anual das Obras Missionárias Pontifícias (OMP), que se prolonga até ao próximo sábado, em Roma, D. Fernando Filoni sublinhou que aquele género de iniciativas “são uma oportunidade” para a Igreja Católica “ousar mais” na proclamação do Evangelho e “ampliar em quantidade e qualidade a cooperação missionária”.

Segundo a Agência Fides, do Vaticano, o cardeal italiano referiu-se também ao Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização, convocado pelo Papa Bento XVI para outubro próximo, mostrando-se convicto de que o evento irá “tocar de perto” todas as estruturas eclesiais.

“A atenção pastoral ordinária, a nova evangelização e a evangelização ad gentes são partes de um ministério eclesial interligado e interdependente”, salientou.

Na sua mensagem aos diretores nacionais das diversas OMP, provenientes de todos os pontos do mundo, o responsável do organismo que a Santa Sé dedicou à evangelização não esqueceu o empenho dos missionários católicos na China, país que mantém uma relação “problemática” com o Vaticano.

Em 1957 o Governo de Pequim criou a Associação Patriótica Católica para evitar interferências estrangeiras, em especial da Santa Sé, e para assegurar que os católicos viviam em conformidade com as políticas do Estado.

Desde então, milhões de católicos fiéis a Roma têm sido obrigados a viver na clandestinidade, ao mesmo tempo que o APC tem promovido a nomeação de bispos à margem da autoridade do Papa.

D. Fernando Filoni destacou a importância da Igreja Católica e da Santa Sé se “fazerem ouvir” junto daquelas comunidades, “também através dos meios modernos de comunicação”.

“Esta Congregação está determinada a esclarecer e a sair de uma ambiguidade que até o momento não facilitaram a vida à Igreja na China”, realçou.

A assembleia geral anual das Obras Missionárias Pontifícias termina no próximo sábado com um encontro entre Bento XVI e os vários diretores nacionais.

Antes disso, destaque esta sexta-feira para uma sessão dedicada ao aprofundamento da missão missionária em cada continente.

JCP

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