Europa: «Solidão é a doença mais grave da família e da Igreja» – Presidente da Federação das Associações de Famílias Católicas

Vincenzo Bassi lembra que as famílias não são destinatários de serviços, «mas podem ativar processos de organizar o futuro na sociedade»

Foto: Ricardo Perna/Família Cristã

Ricardo Perna, da Família Cristã, em serviço especial para a Agência ECCLESIA

Cidade do Vaticano, 28 jun 2022 (Ecclesia) – O presidente da Federação das Associações de Famílias Católicas da Europa (FAFCE) afirmou que a solidão é a “doença mais grave da família e da Igreja”.

“A solidão soluciona-se se pudermos criar redes de famílias. As famílias sozinhas não têm força para cumprir a sua vocação de serviço para os membros da sua família e para o resto da sociedade. Esperamos que as redes de famílias levem a uma experiência melhor de cada Igreja local”, disse Vincenzo Bassi, em declarações à Agência ECCLESIA, no final do 10.º Encontro Mundial das Famílias (EMF).

Para o presidente da FAFCE, o EMF é uma “ocasião importante” para as famílias de todo o mundo, porque podem encontrar-se, falar entre si, “confrontar e dizer o que está bem e o que não está bem”.

Este responsável recorda que as famílias “querem ser protagonistas neste tempo de mudança de época”, como disse o Papa, e adianta que gosta de ver como as famílias querem ter essa responsabilidade, e neste encontro mundial que terminou no domingo, mostraram que se pode “servir a sociedade como protagonistas”.

“As famílias não são destinatários de serviços, mas podem ativar processos de organizar o futuro na sociedade”, acrescentou.

Vincenzo Bassi assinala que Igreja e família “são a mesma coisa”, porque “a Igreja é uma comunidade de famílias com os pastores no meio”, e é preciso ajudar a que “cada um sirva segundo a sua vocação”: “Creio que neste tempo de sinodalidade, podemos falar e ajudar os pastores a descobrir o papel dos pastores e o papel da família”.

O X Encontro Mundial das Famílias, com o tema ‘O Amor em família: vocação e caminho de santidade’, decorreu entre 22 e 26 de junho, após ter sido adiado por um ano, devido à pandemia de Covid-19.

Esta iniciativa teve lugar de forma “multicêntrica e generalizada”, em Roma, onde participaram dois mil delegados de Conferências Episcopais e dos movimentos internacionais empenhados na Pastoral Familiar, e nas várias dioceses do mundo.

O presidente da Federação das Associações de Famílias Católicas da Europa sublinha que as famílias “têm de ser protagonistas”, porque a família tem uma função “muito precisa” na sociedade e na Igreja, e como organizarem-se para realizar esta função “é uma responsabilidade de cada comunidade local”.

A delegação de Portugal, da Conferência Episcopal, no Encontro Mundial das Famílias, no Vaticano, foi constituída pelos seis casais do Departamento Nacional da Pastoral Familiar, a irmã Inês Senra, o assistente padre Francisco Ruivo, o presidente da Comissão Episcopal Laicado e Família D. Joaquim Mendes, D. Armando Esteves, que integra a mesma comissão, e o secretário da comissão José Francisco Cruz.

A FAFCE representa  associações nacionais e locais e apresenta-se como “a voz das famílias numa perspetiva católica e comemora 25 anos de existência em 2022; Vincenzo Bassi afirma que as associações familiares católicas “são úteis onde existem”, e “poderiam ser úteis também em Portugal”.

“Esperamos poder cooperar mais, porque ao falar sobre a família, falamos sobre a sociedade e o futuro, e se a representação das famílias católicas for mais forte e profissional, podemos organizar e fazer algo interessante para representar as necessidades das famílias em Portugal, como também o fazem instituições públicas e políticas”, desenvolveu o entrevistado, observando que onde existem “os políticos compreendem melhor o que é que as famílias precisam”.

CB/OC

Reportagem em Roma no âmbito do X Encontro Mundial das Famílias resulta de uma parceria entre a Agência Ecclesia, a Família Cristã, o Diário do Minho e a Associação de Imprensa de Inspiração Cristã

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