EUA/Coreia: Vaticano desmente papel de «mediação» no conflito norte-coreano

Porta-voz sublinha que desarmamento nuclear tem sido prioridade do pontificado

Cidade do Vaticano, 30 out 2017 (Ecclesia) – O porta-voz do Vaticano negou hoje que o Papa e a diplomacia da Santa Sé estejam a assumir um papel de “mediação” entre os Estados Unidos da América e a Coreia do Norte.

“É falso falar de uma mediação por parte da Santa Sé”, refere uma nota assinada por Greg Burke, após o jornal italiano “La Repubblica” ter publicado uma notícia, esta segunda-feira, referindo que o Papa Francisco estaria a intermediar o processo de paz entre as duas nações.

O diretor da sala de imprensa da Santa Sé realça que o Papa “trabalha com determinação para promover as condições para um mundo ser armas nucleares”, citando uma mensagem enviada pelo pontífice à ONU, em março deste ano.

A Santa Sé vai promover na próxima semana o congresso ‘Perspetivas para um mundo livre de armas nucleares e para o desenvolvimento integral’.

“A humanidade arrisca o suicídio”, disse o Papa, referindo-se à ameaça nuclear, durante a visita que fez esta manhã à sede do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, informou a Rádio Vaticano.

No último dia 27 de setembro, o Papa usou a sua conta na rede social ‘twitter’ para fazer um apelo ao abandono das armas nucleares.

Numa altura em que a tensão crescia entre os Estados Unidos da América e a Coreia do Norte, Francisco realçou a importância de “um mundo sem armas nucleares”, que vá ao encontro do “Tratado de não-proliferação para abolir estes instrumentos de morte”.

O tratado para proibir armas nucleares em nível global foi adotado a 7 de julho pela Organização das Nações Unidas, apesar da oposição de várias potências nucleares.

O Vaticano assinou em setembro este Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares, considerando necessário pôr de parte um discurso de “ameaças nucleares, medo, superioridade militar, ideologia e unilateralismo”.

“As armas nucleares não podem criar um mundo estável e seguro. A paz e a estabilidade não podem ser fundadas numa garantia de destruição mútua ou na ameaça da aniquilação”, referiu D. Paul Gallagher, secretário do Vaticano para as relações com os Estados, falando em Nova Iorque.

A Santa Sé tem acompanhado com preocupação as “trocas de ameaças entre os dois países”, EUA e Coreia do Norte, “alimentadas pelos presidentes Donald Trump e Kim Jong-un” e que “têm deixado o mundo em alerta”.

A primeira mensagem do Papa Francisco para a celebração do Dia Mundial da Paz, que a Igreja celebra anualmente a 1 de janeiro, defendeu em 2014 a necessidade de um desarmamento “nuclear e químico”, pedindo total respeito pelos Direitos Humanos.

OC

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