Espírito de missão vivo entre os jovens

No Verão, com o objectivo de passar as férias fora, os jovens demonstram a vontade de partir. Mas esta não é uma experiência missionária “apenas um mergulho na missão, ver a pobreza, ver a alegria dos pobres apesar das dificuldades, e isto de facto faz bem aos jovens mimados, mas é uma experiência mais formativa do que colaboração com os pobres”. Assim acredita o Pe. Jerónimo Nunes, Coordenador da Animação Missionária da Sociedade Missionários da Boa Nova e da Promoção Missionária Vocacional. O Pe. Jerónimo Nunes dá conta de grande desejo de ir em missão, mas poucos são os que conseguem seguir um programa de formação e partir, quadro que se sente com maior incidência “no final do ano lectivo ou quando os professores percebem que não ficaram colocados”. Este é uma vontade que depois não é efectivada, “talvez porque o desejo ou a motivação não sejam suficientes ou nós não saibamos acolher”, adianta mesmo. Aparecem muitos jovens que desejam partir em missão, “mas não com espírito missionário”, sublinha, acrescentando que ficam “pelo espírito de solidariedade, de empregar o seu tempo porque Portugal não lhes dá serviço”. Outros ainda que não têm uma “vontade efectiva de solidariedade”. A missão além fronteiras “atrai bastante” pelo facto de se encontrar povos maioritariamente pobres e outras culturas onde faltam condições mínimas para se estruturar a vida do país. Em Portugal, “há pobres, mas também se encontram condições de estruturação, é difícil inventar coisas novas porque tudo é programado”, adianta o Pe. Jerónimo Nunes. Quando se vai para outro país onde tudo está por fazer, “a realização é maior, porque todas as suas capacidades humanas estão a ser utilizadas”. O Coordenador da Animação Missionária da Sociedade Missionários da Boa Nova conhece bem esta realidade missionária. Neste momento, são 120 os sacerdotes que fazem parte da Sociedade Missionária da Boa Nova, “metade em Portugal e outra metade espalhados por África – Moçambique, Zâmbia e Angola -, Brasil e Japão”. Em muitas paróquias “está a dar-se mais valor à colaboração com outros, povos, dioceses e países mais pobres”, explica. Alguns, independentemente do trabalho paroquial “sentem ainda o apelo das missões e a vontade de cooperar”. Ligados à Sociedade Missionária estão ainda as missionárias da Boa Nova, “que são leigas consagradas, dedicadas por toda a vida”, e os Leigos Boa Nova que prepara “jovens para partir em missão por um ano ou mais”. O Pe. Jerónimo dá conta que o acolhimento prestado aos jovens nas seis casas que possuem em Portugal, é a melhor forma de chegar a eles. “Ao mesmo tempo estamos presentes nas escolas, em alguns grupos de jovens e de acólitos”, explica. E sublinha a alegria de este ano ordenarem cinco diáconos. “É muito bom, tendo em conta as dificuldades que a Igreja encontra”. Por isso, o lema para a festa que anualmente os amigos e os missionários da Sociedade Missionária da Boa Nova organizam, foi «Sobre a tua palavra lançarei as redes». O também Coordenador da Promoção Missionária Vocacional explica que “utilizamos este lema para tentar fazer um ano vocacional, em que se reze mais e em que se procura acolher os jovens fazendo despertar neles o sentido vocacional”. A celebração eucarística juntou os participantes da festa missionária, mas o principal era proporcionar o convívio entre todos. “É um dia celebrativo, de festa e convivência para incentivar o espírito missionário e a partilha”, finaliza.

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top