Especial: Acantonamento digital junta milhares de escuteiros numa atividade nacional inédita (c/fotos)

Iniciativa mobiliza famílias e tem dimensão solidária, com apoio ao Banco Alimentar e a Cáritas, em tempos de pandemia

Lisboa, 23 mai 2020 (Ecclesia) – O Corpo Nacional de Escutas (CNE) promove até domingo um acantonamento digital (ACANTONAC), uma atividade inédita em tempos de pandemia que mobiliza milhares de participantes e suas famílias

Paula Roque, mãe de dois escuteiros com 8 e 16 anos, vive em Évora e fala à Agência ECCLESIA do impacto que esta iniciativa teve.

“Hoje o dia tem sido animado e diferente porque nós, enquanto pais que escolhemos o escutismo para os nossos filhos, os estamos agora a ajudar nestas atividades para que tudo esteja a postos para responder aos desafios que estão a chegar pelas redes sociais”, relata.

Os filhos de Paula e os primos partilham o escutismo e a vizinhança das habitações, por isso o acantonamento foi no alpendre das vivendas geminadas.

“Eu também fui escuteira e sinto que na pessoa adulta que sou, isto teve uma influência muito positiva”, reconhece Paula Roque que quis proporcionar aos filhos uma experiência que já conhecia.

Também em Évora, o Guilherme começou o dia pela ginástica matinal e depois foi a “Fantochada na Selva” do trabalho resultou a Kaa, que é a cobra do Livro da Selva.

A mãe, Andreza Roque acha que atividades como esta são “fundamentais para manter a ligação ao escutismo e ao Agrupamento”.

A entrevista foi escuteira dos 8 aos 29 anos e reconhece que o espírito permanece o mesmo, mas “a dimensão pedagógica está mais desenvolvida”.

Entretanto em Lisboa, e na mesma casa três escuteiras estão também a viver o seu ACANTONAC; com 8, 12 e 15 anos, integram-se em três secções diferentes.

A Marta de 15 anos está nos Pioneiros e para ela este foi um dia diferente.

“Está a ser interessante, ontem estivemos na abertura e no concerto, e hoje, uma das atividades foi fazer o almoço”, explica.

A aprendizagem e as amizades são o que prende a Marta ao escutismo; já a sua irmã Sofia gosta das atividades de voluntariado que faz nos escuteiros; a Joana diz que já tem saudades do campo e quer ir acampar.

A mãe, Filipa Manana recorda os escuteiros em pequena e como gostaria de ter entrado, mas a vida não o proporcionou. Guardou sempre o fascínio pelo movimento e com as filhas não exitou.

“É das melhores atividades em que podem participar. Em termos de formação como pessoas e na preparação que dá para a sociedade” reconhece à Agência ECCLESIA, acrescentando que não tem dificuldade em identificar nas filhas a aquisição de competências que o escutismo proporcionou.

O espírito de solidariedade, a preocupação pelos outros e a autonomia com que sabe superar algo inesperado que aconteça”.

Cláudia Almeida deixou o Clã e é agora candidata a dirigente no Agrupamento 72 do Montijo.

O ACANTONAC está a ser vivido com os Lobitos, pois neste momento Cláudia auxilia na I Secção e a experiência digital ajuda a manter o espírito vivo.

“É uma boa maneira de manter o contacto e a relação com eles, que dadas as circunstâncias não pode ser presencial”, explica

Esta atividade nacional e o acantonamento em casa ajuda a matar saudades, mas não substitui as atividades em grupo ou as saudades do campo.

Com o seu Agrupamento, Cláudia Almeida também respondeu ao desafio do Banco Alimentar que, na região de Setúbal, pedia auxílio a voluntários para fazer face ao aumento de pedidos de apoio de alimentos.

Os caminheiros e alguns dirigentes mobilizaram-se para os dias da distribuição, os mais pesados no Banco Alimentar.

“Chegamos logo pela manhã e ajudamos a preparar o auxílio alimentar que vai seguir para as instituições”, indica.

O apoio dos escuteiros do Montijo passa também por auxiliar no acondicionamento dos alimentos que chegam dos supermercados organizando os bens doados no armazém.

Filha de profissionais que estão na “linha da frente” do combate à Covid-19, Cláudia reconhece que já estava sensibilizada para os riscos desta solidariedade em tempo de confinamento.

“Tive o cuidado de falar com os caminheiros para reforçar e lembrar os procedimentos corretos de utilizar os meios de proteção individual”, assinala.

Do programa deste ACANTONAC faz também parte o auxílio ao Banco Alimentar, ajuda cada vez mais urgente, pois os pedidos a esta instituição estão a aumentar como confirma a Cláudia Almeida: “Já se começa a ver o armazém um pouco vazio, apenas em algumas semanas disparou o número de pedidos de auxílio”.

A entrevistada entrou no escutismo como Lobita e hoje prepara-se para vir a ser dirigente do Corpo Nacional de Escutas (CNE).

“Sou escuteira desde os sete anos e agora tenho 23. Acho que o escutismo foi uma grande ajuda na minha vida e deu-me muitas capacidades”, recorda.

O ACANTONAC quer assinalar o 97.º aniversário do CNE.

Através de uma iniciativa online o escutismo católico português quer oferecer uma “prenda” à sociedade portuguesa como afirmou o chefe nacional, em declarações à Agência Ecclesia.

Ivo Faria adiantou que o CNE prepara uma nova campanha em parceria com a Cáritas Portuguesa, “Dar sem medida”, e que este ACANTONAC tem uma insígnia especial cuja compra reverte para a Cáritas.

HM/SN/OC

 

https://www.facebook.com/corponacionaldeescutas/videos/660848394481762/

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