Escutismo: «GO3» incentivou a práticas de sustentabilidade e preocupação ambiental

Pioneiros e marinheiros vão concretização projetos comunitários a nível local

Almada, Setúbal, 30 mar 2016 (Ecclesia) – O chefe de campo do acampamento ‘GO3’, dedicado à sustentabilidade e ao ambiente, considera a atividade do Corpo Nacional de Escutas “um fracasso” se em cinco meses “não se ouvir falar da vivência” que existiu na Base do Alfeite.

“Estamos confiantes que o que foi vivido, aprendido, as capacidades que obtiveram [pioneiros e marinheiros], as vivências nas oficinas na Marinha, no CNE, e outras instituições, que eles possam aproveitar, desenvolver projetos locais e que a sustentabilidade seja levada para as suas comunidades”, disse Isaac Silveira, em Almada.

Para esta atividade, realizada em parceria com a Marinha Portuguesa, o Corpo Nacional de Escutas selecionou 200 equipas, cerca de 1300 escuteiros, onde Pioneiros e Marinheiros tiveram oportunidade de “reforçar a identidade”, o projeto educativo e mobilizar à realização de um projeto comunitário.

Realizado na Base Naval do Alfeite, em Almada, na Diocese de Setúbal, o GO3 teve como imaginário a «Terra Nova», no ano de 2049: “A Terra é um lugar inóspito, o ar é irrespirável e os homens vivem em guetos, onde há ar respirável.”

Em declarações à Agência ECCLESIA, o chefe de campo, após cinco dias, “muito intensos de atividades” dividiu a sua avaliação em duas partes: Primeiro no acampamento, em 2016, onde os escuteiros foram à «Terra Nova» “tentar mudar o rumo dos acontecimentos” e “tem sido fantástico”.

“Não só com o que aprenderam como boas práticas, práticas menos positivas que faziam nos seus acampamentos e comunidades mas práticas que foram sendo implementadas por todo o país”, refere Isaac Silveira, acrescentando que a segunda análise só vai ser possível fazer dentro de alguns meses, depois do trabalho em cada comunidade, desde 24 de março e o final do ano escutista, no máximo até 30 de setembro.

“Quando eles conseguirem implementar o que aprenderam, o que observaram no GO3 e possam, efetivamente, agir localmente depois de pensar global”, acrescentou.

Nesta atividade, os escuteiros foram também desafiados e incentivados em cada equipa a gerir os seus recursos financeiros com um cartão para comprarem a alimentação no mercado do acampamento durante a atividade.

“Estamos a conseguir controlar muito bem o dinheiro, as despesas e com gastos positivos na média diária”, disse Joel Barbosa, da Região de Viana do Castelo,

“É diferente termos o dinheiro dos pais e aqui um valor limitado para os dias todos”, destacou Tiago Marabute, do Agrupamento 663, da Região de Braga, que considerou a experiência “esquisita no início” mas, se nas primeiras refeições compravam os bens alimentares “a medo”, tornou-se “enriquecedor” num acampamento dedicado à sustentabilidade.

O acampamento assentou pilares como: Construções, as equipas instalam a sua colónia; Raid na Serra da Arrábida e jogo de cidade em Almada, como visita a crianças, idosos e olhar crítico sobre a realidade envolvente; e ‘Sociedade TN’ na colónia, com lugar para a vivência espiritual com momentos próprios.

O assistente nacional do Corpo Nacional de Escutas revelou que para além dos momentos celebrativos, toda a atividade foi “pensada como proposta de educação e formação da fé”, onde vivem uma “sobriedade feliz”, com pouco, poucos recursos e “bens mais essenciais”.

“Está muito próximo do que o Papa Francisco propõe na Encíclica ‘’Laudato Sí”, o cuidado da nossa comum. Ao longo da atividade têm aprendido a cuidar para que não se degrade e seja uma casa habitável para nós e gerações futuras”, destacou o padre Luís Marinho sobre o ‘GO3’.

CB

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