Escutismo: Centenário do CNE é «oportunidade para celebrar» e assumir «responsabilidade» de motivar os mais novos

Carolina Rodrigues e Afonso Santos, caminheiros, descrevem a «felicidade» de viver esta efeméride

 

Lisboa, 26 mai 2023 (Ecclesia) – Afonso Santos e Carolina Rodrigues, escuteiros portugueses, afirmam à Agência ECCLESIA que sentem uma grande “felicidade” por celebrar o centenário do Corpo Nacional de Escutas (CNE) e a “responsabilidade” de motivar os mais novos a seguir este caminho.

“No que toca ao escutismo faltam-me palavras para descrever o que sinto, são coisas que sinto cá dentro, é a alegria que me traz ser escuteira, conseguir estar no ano do centenário e que faço parte deste movimento, que também é meu, ter esta oportunidade e graça de ver o movimento fazer 100 anos, fazer parte da história e saber que quero continuar a fazer parte desta história é de me arrepiar”, conta a caminheira à Agência ECCLESIA.

A jovem do Agrupamento 485 da Ajuda, na região de Lisboa, refere ainda que, em ano de celebração o movimento “dá a mão” aos jovens e quer “saber o que pensam e querem fazer”.

Carolina Rodrigues é estudante universitária, no curso de Serviço Social, e, na celebração do centenário em Braga, vai ser porta-voz no “Fórum 100”.

“Desde lobitos temos uma voz dentro do movimento”, assume.

Filha de “antigo escuteiro”, a jovem integrou, “no agrupamento antigo do pai”, aos sete anos, como lobita e sente a pertença ao movimento como “uma entrega incrível”.

“O desdobrar torna-se real, conciliar a minha vida paroquial, porque dou catequese e sou animadora de grupo de jovens, e depois é preciso muito tempo para o escutismo, é preciso e gosto de dar”, conta.

Carolina Rodrigues reforça que, na vida universitária, nem sempre está muito presente “no que é o clássico da vida académica, encontros para estudar e saídas à noite”.

“Tenho muitos amigos da faculdade que brincam por eu não estar tão presente, mas eu explico que é um compromisso que tenho, que é importante para mim e, às vezes até explico, e convido-os a virem ver”, partilha.

Na 4ª secção, os Caminheiros, Carolina Rodrigues sente uma grande ajuda na tomada de decisões e no discernimento necessário para o dia a dia.

“Esta é uma idade em que questionamos tudo, deparamo-nos sobre escolhas do nosso futuro e fazemos todos os anos de caminheiro o plano pessoal de vida (PPV), fazemos um para nós e outro em que partilhamos com o clã, isso dá-nos tempo para pensar e discernir, definindo as prioridades e objetivos de vida, percebemos as nossas mudanças”, indica.

A jentrevistada destaca ainda que “as amizades nos escuteiros são diferentes de todas as outras” havendo “momentos intensos”, de extrema “felicidade ou dor”, em que fazem caminho conjunto.

Afonso Santos é caminheiro do Agrupamento 581 de Vila Nova Santo André, da região de Beja, conheceu Carolina numa atividade da 4ª secção, e “ficaram amigos”.

Viver este ano do Centenário do CNE é, para o jovem, uma “responsabilidade” e uma “alegria”.

“É importante perceber a responsabilidade que temos, para estar onde estou houve muitas pessoas que mantiveram o movimento aceso e ativo e, nós como Caminheiros temos esta responsabilidade de manter a chama ativa e continuar a cativar os mais novos para que consigam e façam este caminho até ao final e depois do 100 anos virão os 150, os 200 e por aí fora…”, aponta.

Uma das leis do CNE é “o Escuta tem sempre boa disposição de espírito” e o entrevistado mostra-se disponível e presente”.

O Afonso é um maluco, aquele que vai às atividades todas, que aceita tudo, que não tem tempo para nada e aceita tudo, consegue-se desdobrar e estar presente, vivendo a sua vida pessoal e escutista ao mesmo tempo”.

O jovem conta que “a vida no escutismo” iniciou ao mesmo tempo que nasceu: “Sou filho de um dirigente do CNE, a semente nasceu ali, ingressei nos lobitos aos seis anos e fiz o percurso todo contínuo: lobito, explorador, pioneiro e agora caminheiro”.

Na sua vida como estudante universitário, Afonso Santos sente “difícil a tarefa de conciliar” família, amigos, escutismo e universidade mas considera que “não é impossível” e que ao movimento “deve tudo o que é”.

“Acho que uma das coisas que o escutismo ensina é estar fora da nossa zona de conforto e saber qual o momento de sair dali, conseguimos desenvolver nos jovens, nos caminheiros, alguns no mercado de trabalho ou a ingressar, com milhentos projetos, essas ferramentas acabam por dar outra bagagem”, refere.

Nas comemoração do Centenário do CNE, em Braga, nos próximos dias 27 e 28 de maio, Carolina Rodrigues vai estar no “Fórum 100”, como participante na área da Sustentabilidade, e Afonso Santos, pertence à equipa do staff.

A entrevista integra o programa de rádio ECCLESIA, na Antena 1 da rádio pública, este sábado, pelas 06h00, ficando depois disponível online e em podcast.

SN

Escutismo/Portugal: Festa do centenário celebra percurso de serviço aos jovens (c/vídeo)

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