Especialistas destacaram desafios lançados pela encíclica ‘Laudato Si’, do Papa Francisco, e pela pandemia
Lisboa, 25 jan 2021 (Ecclesia) – A Universidade Católica Portuguesa (UCP) promoveu hoje uma sessão online sobre o tema ‘A Bioética como lugar de interdisciplinaridade’, uma das iniciativas que assinala, na instituição, o ‘Ano Laudato Si’ convocado pelo Papa.
Bruno Nobre, coordenador do Centro de Estudos Filosóficos e Humanísticos, falou da bioética e da “ecologia integral”, destacando que a abordagem “holística” proposta na encíclica ecológica e social de 2015 faz parte da tradição católica, mas é tratada por Francisco com “particular contundência”.
“A ecologia não deve nem pode ser separada dos problemas sociais, económicos, político, interculturais que o ser humano enfrenta”, precisou.
Sandra Martins Pereira, diretora do Instituto de Bioética da UCP, falou da “Ética de cuidado na relação com a pessoa que está numa condição vulnerável”, sublinhando a necessidade de “construir uma nova sabedoria”, que ajude na “proteção da humanidade, como um todo, e desta casa comum”.
A especialista defendeu que as questões éticas exigem o contributo das várias disciplinas, a uma “intersecção e reflexão conjunta”, lembrando o convite do Papa a um “debate comum”, para chegar a “respostas mais abrangentes”
A diretora do Instituto de Bioética da UCP considerou como prioridade “cuidar dos membros mais frágeis” da sociedade, como tem proposto Francisco, advertindo para o “aumento da vulnerabilidade” dos doentes, seus familiares e profissionais de saúde, durante a atual pandemia.
Considerando a bioética como “ponte para o futuro”, Sandra Martins Pereira mostrou-se preocupada com “normalização social” da eutanásia, especialmente no mundo da saúde.
“São as camadas mais jovens que estão nessa disposição de o fazer”, alertou.
A sessão contou ainda com a intervenção de Pablo Hernández-Marrero, investigador no Centro de Estudos em Gestão e Economia e no Instituto de Bioética, sobre o tema ‘Bioética global: problemas, respostas, direitos humanos e discurso ético’.
O convidado destacou que “o sofrimento global que se estava a sentir antes da pandemia e que agora é muitas vezes pior”.
A UCP promove até maio um conjunto de iniciativas para assinalar o ‘Ano Laudato Si’.
OC