Empresários em alerta contra a crise

IV Congresso da ACEGE pede comportamentos morais e éticos para os empresários e gestores cristãos António Pinto Leite afirma que os empresários e gestores cristãos não podem desistir de “dar exemplo mesmo que ninguém nos ouça”. O vice-presidente da ACEGE assinala à Agência ECCLESIA a participação dos cerca de 400 empresários e gestores que aderiram ao convite da associação para se reunirem. “Temos de acreditar que por mais desconfiança que paire sobre os gestores e líderes empresariais há pessoas a desenvolver um trabalho extraordinário e continua a enfrentar os problemas sociais de forma corajosa”. No IV Congresso da ACEGE que terminou este Sábado na Universidade Católica, em Lisboa, o vice-presidente da ACEGE considerou haver um “sentido comunitário nas empresas portuguesas” e um “sentido de preservação dos postos de trabalho”. “A noção de confronto entre empresários e trabalhadores é matéria mediática associado a meia dúzia de empresas. O tecido empresarial em Portugal não funciona assim”. António Pinto Leite sublinha que as pequenas e médias empresas e o tecido empresarial em Portugal “têm bom senso”. No entanto reconhece uma quebra de empregos. “Algumas empresas terão de reduzir o seu quadro de empregados, não há nenhum pecado”, pois adianta “os empresários não vão poder mudar a sua racionalidade e a sua ciência”. “Tal como referiu o Cardeal-Patriarca de Lisboa é legítimo no sentido social”. Na praça portuguesa perante a crise, António Pinto Leite registou um comportamento prudente. “A ética também é prudência. Mas também registámos o nosso caso Madoff”. A embriaguez global da sociedade portuguesa – o lucro fácil, o endividamento das famílias, e o excessivo endividamento das empresas – foram também responsáveis. A grave crise que atravessamos “pede serenidade e coragem, formando com grande firmeza a atitude dos líderes empresariais porque estes vão ser responsáveis pelo passar da situação de crise e com eles levar todos os trabalhadores e as suas famílias”. No final do Congresso da ACEGE o vice-presidente enaltece a “enorme participação, o enorme sentido de pertença, os bons testemunhos cristãos, a grande valorização da ACEGE e do espaço empresarial cristão enquanto plataforma para se falar para for”. Isabel Jonet apelou aos empresários a criação de empregos e a renovação de um tecido empresarial. O vice-presidente da ACEGE afirma que o “confronto com a pobreza é a melhor terapia para o recuo que a sociedade vai ter de fazer”, referindo ser essencial os empresários conhecerem situações difíceis “para os ajudar a orientar a sua responsabilidade social e o seu lucro”. Reconhecendo que muitas empresas usam a “responsabilidade social como marketing, existem muitas outras que não o fazem e ajudam discretamente”, afirma António Pinto Leite. No entanto, o vice-presidente da ACEGE assinala que em ambas as situações se tira um bem social. “É importante que em tempo de crise não se perca a noção de responsabilidade social. Acudindo a situações extremas não se pode esquecer questões de fundo. Este capital da responsabilidade social das empresas não se pode perder”. D. Manuel Clemente, Bispo do Porto celebrou a eucaristia de encerramento do IV Congresso da ACEGE e pediu aos empresários que professem os valores da “dignidade da pessoa humana, da solidariedade, da subsidariedade e o bem comum”. “A sociedade atingida pela crise olha para a Igreja à procura de sinais e de ajuda. Empresários e gestores têm um papel insubstituível. Este é uma ocasião irrecusável para a ACEGE intervir com a sua presença cristã e generosa, baseada nos valores que a inspiram, seja o pensamento cristão e Doutrina Social da Igreja”. Notícias relacionadas Isabel Jonet pede aos empresários criação de emprego Braga da Cruz refuta responsabilidade dos empresários portugueses na crise Crise é consequência da falta de moral individual Cavaco Silva: crise como ponto de viragem • Homilia de D. Manuel Clemente na Missa de encerramento do Congresso Nacional da ACEGE

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