Elvas: Visitadores do estabelecimento prisional preparam «presente da Páscoa» para os reclusos

«Damos a todos para que saibam que são recordados cá fora» – Irmã Maria de Fátima Magalhães

Fátima, 05 abr 2022 (Ecclesia) – A irmã Maria de Fátima Magalhães, da Companhia de Santa Teresa Jesus, adiantou que o grupo de visitadores da Cadeia de Elvas se vai reunir hoje para preparar o “presente da Páscoa” que vão dar a todos os reclusos.

“Damos a todos para que saibam que são recordados cá fora; não só aos que vão à reunião”, disse a religiosa à Agência ECCLESIA.

Em Elvas, na Arquidiocese de Évora, o grupo ‘Mateus 25’, do Movimento Teresiano de Apostolado (MTA), visita o estabelecimento prisional local e esta terça-feira vai reunir para “preparar o presente da Páscoa”.

A irmã Maria de Fátima Magalhães adianta que o presente da Páscoa vai ser um “saquinho” com “o Evangelho diário, um caderno e uma esferográfica”, um saco de amêndoas e umas meias.

Segundo a religiosa da Companhia de Santa Teresa Jesus (Teresiana) vão dar um caderno e uma caneta aos reclusos em Elvas porque “é muito importante” que eles escrevam as suas experiências, “é uma cartasse”.

“Nós motivamos para escrever os sonhos, os medos, as dificuldades, os horizontes que têm para quando sair”, acrescenta.

Para a Semana Santa, o grupo de visitadores tem previsto realizar uma via-sacra, na sexta-feira, mas ainda não sabem “os moldes”, a irmã Maria de Fátima Magalhães recorda que durante o confinamento foram “à cadeia, mas com acrílicos, com mais distância”.

Neste momento, esperam conseguir realizar a Via-Sacra “pelos pátios, pelos corredores, da cadeia”, ou podem fazer noutra altura, e vão também “dar a possibilidade do Sacramento da Reconciliação [confissão] para quem quiser”.

No período pascal, entre o dia de Páscoa até ao Pentecostes, este ano de 17 de abril a 5 de junho, vão celebrar a festa da Páscoa no Estabelecimento Prisional de Elvas.

Segundo a entrevistada, “é muito difícil” no dia de Páscoa terem um sacerdote disponível para celebrar na cadeia, por causa das suas atividades pastorais.

A irmã Maria de Fátima Magalhães assinala que na festa da Páscoa contam também com a presença do arcebispo de Évora, D. Francisco Senra Coelho, e celebram uma “Missa muito festiva, com cânticos orientados por eles, as tarefas da Eucaristia também, e depois um lanche convívio”.

A Pastoral Penitenciária de Portugal (PPP), departamento da Conferência Episcopal Portuguesa, realizou o seu 17.º encontro nacional, com o tema ‘Eu sou o caminho: Comunhão, Participação e Missão’, nos dias 1 e 2 de abril, em Fátima.

À Agência ECCLESIA, a religiosa teresiana destacou que os reclusos são também para os visitadores “uma lição”, porque têm de sair da sua zona de conforto e “ir ter com os outros, que, “às vezes, são um dom de Deus”.

“Dão a possibilidade de sair da minha zona de conforto e passar um sábado de manhã a fazer uma caminhada, ler um livro, ou ver um bom filme, mas vou ao encontro daquele que precisa de mim e escutar. A Pastoral Penitenciária é uma possibilidade de escutarmos, eles também têm coisas bonitas para dizer”, desenvolveu.

Neste contexto, assegurou que tem “imensas experiências” dos reclusos e dos guardas no sentido da fraternidade e da ajuda ao outro, “e dentro do próprio estabelecimento saírem da sua zona de conforto”.

CB/OC

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