Ecumenismo: Igrejas cristãs no Algarve rezaram pela unidade

«Com Jesus, a Igreja e a comunidade recuperamos a experiência original primeira do amor de Deus» – Cónego Rui Barros Guerreiro

Foto: Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Faro, 24 jan 2023 (Ecclesia) – A Diocese do Algarve informou hoje que católicos e greco-católicos, evangélicos, anglicanos e luteranos que residem nesta região se reuniram em oração no contexto da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, na igreja de São Francisco, em Faro.

“Temos Jesus Cristo como modelo e irmão e temos a Igreja, a comunidade, as Igrejas, as comunidades. Cada uma com a sua especificidade e a sua história. Com Jesus, a Igreja e a comunidade recuperamos a experiência original primeira do amor de Deus e porque, por vezes, não sabemos caminhar juntos, Jesus é a «pedra» que derruba os muros e as divisões”, disse o cónego Rui Barros Guerreiro.

O jornal diocesano ‘Folha do Domingo’ divulga hoje que a celebração ecuménica no Algarve, realizada no sábado, foi organizada pelo Secretariado para o Diálogo Ecuménico e Inter-religioso desta diocese em parceria com as restantes Igrejas Cristãs, e com a colaboração com o Movimento dos Focolares.

A Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos é celebrada anualmente entre 18 e 25 de janeiro, no hemisfério norte; este ano tem como tema “Aprendei a fazer o bem e procurai a justiça”, do livro do profeta Isaías, com alertas para as questões do racismo e da discriminação; o grupo de trabalho foi, indicado pelo Conselho de Igrejas de Minnesota (EUA).

O cónego Rui Barros Guerreiro, que representou a Igreja Católica na oração com os padres franciscanos José dos Santos Ferreira, José Henriques e Bruno Peixoto, referiu que o “caminho” de procura de Deus “não se faz sozinho, desamparado ou sem referências”.

Foto: Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O padre Oleg Trushko, da Igreja Greco-Católica Ucraniana, lembrou a guerra no seu país com a Rússia, que começou há quase 11 meses (24 de fevereiro 2022), lembrando que “em todo o mundo pessoas de diferentes religiões rezam pela Ucrânia”.

“Tentam apoiar-nos espiritualmente”, realçou, observando que “pessoas pacíficas, homens, mulheres e crianças estão morrendo” na Ucrânia, apesar do mandamento “não matarás”.

O padre Brian Warrillow, representante da Igreja Anglicana, explicou que em Portugal têm “culto em língua inglesa em vários locais”, afirmou que “a diferença não é problema, nem mesmo a diversidade”, e salientou que respeitam e procuram “trabalhar com outros cristãos, seja qual for o seu grupo ou comunidade”.

“Achamos impossível ignorar as nossas diferenças porque, para além de beneficiários, somos vítimas do passado. Aprendamos a conviver com as diferenças e a respeitar cada ponto de vista dos outros, formas de adoração e a maneira como nos vestimos”, desenvolveu.

O pastor Rodrigo Sequeira, da Comunidade Nova Aliança, pertencente à Aliança Evangélica Portuguesa, incentivou a “procurar o máximo de bem-estar para Deus” e ao cuidado dos outros na comunidade como fariam a si próprio, porque “aquilo que Deus pede a cada cristão baseia-se nisto” e, “automaticamente, passa por cima de todas as divisões”, para além do testemunho pessoal onde partilhou a sua descoberta da fé.

Foto: Samuel Mendonça/Folha do Domingo

“A comunhão com Deus é o mais importante entre os cristãos. Isso é o que une a todos nós porque temos confiança em Deus e somos membros do seu reino”, destacou o pastor Stephan Lorenz, em representação da Igreja Luterana alemã no Algarve, explicando que é composta por alemães, incluindo bávaros, holandeses, austríacos e suíços.

O jornal ‘Folha do Domingo’ informa ainda que a celebração ecuménica contou com o testemunho de Manuela Martins que viveu durante seis anos numa comunidade na parte árabe de Jerusalém, e destacou que é “muito importante criar ocasiões de diálogo”.

CB

 

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Agência ECCLESIA

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