Páscoa: «A ressurreição de Jesus faz-nos acreditar que a história tem a marca da bondade de Deus», diz bispo de Vila Real

D. António Augusto Azevedo refere que “ver e acreditar continuam a ser as atitudes essenciais para viver a Páscoa”

Foto: Diocese de Vila Real

Vila Real, 02 abr 2024 (Ecclesia) – O bispo de Vila Real afirmou, na Missa de Domingo de Páscoa, que celebrou na cidade, que a ressurreição de Jesus transporta a mensagem de que a “bondade de Deus” está inscrita na “história”.

“A ressurreição de Jesus faz-nos acreditar que a história tem a marca da bondade de Deus. Se as maldades humanas se multiplicam, Deus lembra-nos, com a ressurreição de seu Filho, que a sua palavra é a primeira e será também a última. O dom da salvação alcançado por Jesus na cruz, confirma não só a vitória sobre a morte, mas sobretudo que o amor tudo vence e a sua misericórdia nos sustenta”, assinalou D. António Augusto Azevedo, numa homilia divulgada pela diocese.

Segundo o bispo, “a ressurreição do Senhor teve ainda um outro efeito de enorme importância”, que é a projeção de “uma nova luz sobre toda a vida de Jesus, sobre o alcance das suas palavras e gestos”.

De facto, tudo o que Ele disse e fez continua a ter plena validade porque não ficou relativizado na sua morte, mas foi confirmado com a sua ressurreição. A sua mensagem continua a ter a força de atualidade porque Ele está vivo. A sua Palavra é sempre Palavra de Deus, palavra de salvação”.

Partindo do Evangelho, que relata o momento em que Maria Madalena, Pedro e João se deparam com o túmulo vazio, D. António Augusto Azevedo destacou que “ver e acreditar continuam a ser as atitudes essenciais para viver a Páscoa”.

“Ver, no sentido de reconhecer os sinais da presença de Cristo vivo, conduz à fé, ao acreditar que, pelo seu Espírito, está próximo de nós, nos ama e nos quer salvar”, sustentou.

De acordo com o bispo, “a Páscoa de Jesus não foi uma grande espetáculo”, “foi antes, e continua a ser, um mistério” que ultrapassa cristãos, um desafio que mobiliza cada um “a fazer um caminho de reconhecimento de Cristo vivo”.

Aquele que encontra o Ressuscitado renasce para uma vida nova e tem o impulso irreprimível de o testemunhar aos que o rodeiam”.

Na celebração, D. António Augusto Azevedo lembrou a carta que o Papa Francisco dirigiu aos jovens, no âmbito do 5ºaniversário da Exortação Apostólica “Christus vivit”, evocando a frase “Cristo vive e quer-vos vivos!”.

“Acreditamos e proclamamos com alegria que Cristo vive, estamos conscientes de que esta não é uma história do passado, uma simples recordação. Não estamos a homenagear um morto, mas a celebrar Aquele que está vivo, Aquele cuja presença é atual em cada um de nós, na Igreja e no mundo”, salientou.

O bispo ressalta que o primeiro impacto da ressurreição de Jesus deve fazer-se sentir na vida pessoal de cada um, mencionando que a sua presença conforta e renova, enche a todos da “alegria, da graça, e da liberdade mais profundas”.

“É uma presença que nunca nos deixa cair na solidão ou no desânimo (a não ser que nos esqueçamos dele!). Ela representa uma força e um estímulo incomparáveis para nos sentirmos vivos e para vivermos mais plenamente cada dia”, refere.

Na celebração, D. António Augusto Azevedo fez também referência à luz pascal que diz inundar a história de cada um a história dos povos e preencher os corações “com a presença luminosa e iluminadora de Jesus”.

Na conclusão da homilia, o bispo diocesano enfatizou que a Páscoa se apresenta como o “grande fundamento” da fé, “o pilar onde assenta” a esperança.

“Podemos dar crédito às palavras das pessoas em quem confiamos, podemos alimentar sonhos e expetativas, mas é na Páscoa de Jesus que radicam as bases mais profundas de tudo aquilo em que esperamos e acreditamos”, frisou.

D. António Augusto Azevedo reforça “que a experiência da descoberta de Cristo vivo e ressuscitado foi para tantos homens e mulheres ao longo dos tempos, e poderá sê-lo também hoje, a experiência fundamental em que assenta a existência”.

“Aquele movimento que começou na Galileia com a pregação de Jesus não acabou na cruz. Com a ressurreição e o dom do Espírito, a boa nova da salvação espalhou-se pelo mundo e chegou até nós. Esse movimento não terminou, mas deve ganhar um novo impulso nesta Páscoa”, desejou.

LJ/OC

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