Dia Mundial da Paz: Mudança necessária está «no mais profundo dos homens e mulheres deste tempo» – cardeal D. António Marto

Bispo de Leiria-Fátima presidiu a Missa de ação de graças do ano 2019 e convidou cristãos a deixarem-se «desafiar pelo Papa Francisco»

Foto: Fatima.pt

Fátima, 02 jan 2020 (Ecclesia) – O cardeal D. António Marto disse na última celebração de 2019, no Santuário de Fátima, que a “força da mudança necessária” está “no mais profundo” de cada “homem e mulher do nosso tempo”.

“Caros irmãos e irmãs, um jovem Papa de 83 anos desafia-nos a esperar, mesmo contra toda a esperança humana. Lança o desafio do futuro à Igreja abrindo-lhe novos cenários para a missão que a obrigam à renovação, à reforma evangélica. Mas o desafio à esperança e ao futuro é também para todos os homens e mulheres do nosso tempo a fim de que procurem no mais profundo de si mesmos a força para a mudança necessária”, afirmou o bispo de Leiria-Fátima, na Missa de ação de graças.

A partir da mensagem do Papa Francisco para o 53.º Dia Mundial da Paz, o cardeal António Marto indicou este valor, assinalado no dia 1 de janeiro, como um “desejo profundo inscrito no ADN do ser humano”.

Segundo o site do santuário de Fátima, o cardeal recordou conflitos, guerras, divisões e desigualdades a marcar o mundo e indicou soluções propostas por Francisco na mensagem «A Paz como Caminho de esperança: Diálogo, Reconciliação e Conversão Ecológica», como “uma nova cultura do encontro”, a partir do “exercício do diálogo construtivo, criador de pontes que aproximam”, na “confiança e valorização do outro” e no “reavivar a vocação à fraternidade”.

D. António Marto sublinhou a urgência de uma “conversão ecológica”, como é pedida por Francisco, destacando esta como uma missão dos cristãos para “responder ao grito da terra e ao grito dos pobres”.

Aos fiéis reunidos na noite de 31 de dezembro na Basílica da Santíssima Trindade, o bispo de Leiria-Fátima recordou alguns acontecimentos da vida da Igreja como “sinais da generosidade divina na história, na Igreja e no mundo” e “expressões de bem e de graça”.

“É uma ocasião propícia para parar, mais uma vez, diante do presépio a contemplar como Deus se fez presente durante todo este ano e tomar consciência de que cada tempo, cada momento é portador de graça e de bênção. Neste espírito queremos dar graças a Deus pelo ano que termina e por todo o bem que há no mundo e que é dom seu”, afirmou.

O responsável indicou o Sínodo dos Bispos sobre a Amazónia, ocasião que “colocou no coração da Igreja católica uma periferia longínqua, pouco conhecida e esquecida”, provocando um “novo paradigma missionário” e levando a Igreja a “responder às exigências atuais de um mundo que não é mais cristão, mas ainda é capaz de escutar o Evangelho”.

O bispo de Leiria-Fátima quis ainda perspetivar o trabalho com os jovens, de olhos postos na Jornada Mundial da Juventude, marcada para o verão de 2022, considerando o Santuário uma “estação incontornável” pela “atração única e universal da Virgem peregrina e sua mensagem”.

“O Santuário não pode deixar de ter uma oferta de evangelização de qualidade adequada aos jovens do milénio, em novas iniciativas, nos métodos e meios, nas novas linguagens, nos elementos típicos da peregrinação a Fátima como sejam a dimensão mística do encontro com Deus e a beleza da sua misericórdia, e a dimensão profética do apelo à paz e, por extensão, ao cuidado da nossa casa comum, através da ecologia integral”, destacou.

O Santuário de Fátima destaca que na celebração esteve presente o cardeal Jean-Claude Hollerich, arcebispo do Luxemburgo, que concelebrou; seguida da missa, uma procissão conduziu os fiéis até à Capelinha das Aparições, para recitação do terço, seguido de consagração a Nossa Senhora e gesto de Paz.

LS

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