Dia do Pai: «No dia a dia tento estar ao serviço» – Vasco Monteiro

Pai de dois filhos conta como a ajuda a famílias ucranianas levou a «novas conversas em família sobre valores e mundo melhor»

Foto: Vasco Monteiro

Porto, 18 mar 2023 (Ecclesia) – Vasco Monteiro, tem 46 anos, é pai de dois filhos, de 15 e 10 anos, e contou à Agência ECCLESIA que ser pai foi “uma volta na vida”, tenta “estar ao serviço” e conta como a ajuda a famílias ucranianas levou a “novas conversas com os filhos sobre valores e mundo melhor”.

“É um trabalho a tempo inteiro, é tão diferente de quando não tinha estas responsabilidades, a vida dá uma volta de 180 graus, nunca mais dormi da mesma maneira mas não trocava por nada, acarreta uma quantidade de responsabilidades e desafios enormes mas não voltaria atrás em nada”, afirma o pai em declarações à Agência ECCLESIA.

Com 46 anos, Vasco Monteiro é pai de Mariana e Santiago, de 15 e 10 anos, respetivamente, considera-se um “pai desportivo” e tenta, no dia a dia, “estar ao serviço”. 

“Sou um pai desportivo, que está presente nas tarefas de casa, nos trabalhos de casa com o Santiago, tento ser um pai ao serviço, faço o melhor que se pode, mesmo que às vezes seja difícil… Antes de ser pai podia ir relaxar para o sofá agora, quando chego a casa há outro trabalho, ao nível deles e de casa e, no fim de tudo, normalmente relaxo já na cama”, conta.  

Foto: Vasco Monteiro com esposa, filhos e amigos

A trabalhar na área da Contabilidade na Província Portuguesa Redentorista, Vasco Monteiro é casado com Inês, e enfrentam agora o “grande desafio de ter uma filha adolescente”. 

“Já passámos todos esta idade e sei que não é fácil mas acho que nunca estamos preparados, a perspetiva parece que muda e torna tudo mais complicado, no fundo é tentar gerir da melhor forma, dando espaço e mantendo alguma proximidade; sabemos que é apenas uma fase longa, difícil e trabalhosa mas com a certeza que vai passar”, indica.

Vasco Monteiro evoca ainda as celebrações na escola, quando tinha os filhos mais pequenos, e as recordações que ficam.  

“Havia alguns desenhos alegres, sempre com a família toda, sendo o dia do pai a Mariana desenha todos, com mãos dadas e florinhas e um grande sol, mas também havia atividades de estar com eles, cheguei a jogar futebol com outros pais, atividades em que eles eram o centro, tempo de qualidade e havia dedicação mútua e as crianças valorizam muito isso”, lembra.

Foto: Vasco Monteiro na ajuda às famílias ucranianas

Além de pai de família, o entrevistado é também um homem de causas e em 2016, com a esposa, tiveram a experiência de acolhimento de uma família síria, “onde esteve na linha da frente”, depois, quando surgiu a guerra na Ucrânia, “não podiam ficar parados”. 

“Quando estourou a guerra da Ucrânia esses alertas ecoaram em mim logo no sentido de perceber o que se podia fazer, íamos ter gente que ia precisar de ajuda e, infelizmente, toda a ajuda era pouca”, lembra.

Envolvidos com a dinâmica de ajuda do Seminário Redentorista de Cristo Rei, no Porto, Vasco e Inês, fizeram “um pouco de tudo” para poder ajudar e os filhos iam acompanhando, “suscitavam-se novas conversas” e colocavam questões. 

“É impossível não ter alguma coisa, uma apreensão que nos toca, coloquei-me muitas vezes a pensar “podia ou até ainda pode acontecer a qualquer um de nós, como é que eu faria numa situação dessas?” Rebenta uma guerra no meu país e tenho de fugir com a minha família, não consigo sequer imaginar…”.

Vasco Monteiro sentiu a dificuldade de “calçar os sapatos daquelas pessoas”, muitas mulheres e crianças que chegavam a um país novo, com língua e culturas novas, e teve de “explicar muitas vezes aos filhos” tal realidade. 

“Nunca escondemos nada, falávamos com eles, é com o nosso empenho e dedicação que vão aprendendo também os valores que acreditamos e que nos fazem mover, apontando-lhes sempre o futuro e a possibilidade de termos um mundo melhor e trabalhar para a paz”.

Este ano, aproveitando que o dia do Pai é um domingo, a família promove uma reunião onde se encontram as gerações e depois a “tarde é um momento de ir ao teatro em família, porque faz falta o tempo de estar juntos”.

“Há o habitual almoço de família, em que se convidam os avós, que são pais duas vezes dos nossos filhos, um momento em família onde celebramos também a ajuda preciosa que é dada pelos avós durante todo o ano, aqui esta proximidade muito importante e que conseguimos ter, cria-se uma ligação muito forte e mais estreita”, conclui.

SN

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