Dia do Pai: Cuidar, «uma tarefa que não tem fim» e inspira Rui Saraiva

Jornalista português, correspondente da Rádio Vaticano, fala da figura de São José e da sua importância no atual pontificado

Porto, 19 mar 2023 (Ecclesia) – Rui Saraiva, correspondente da Rádio Vaticano, disse à Agência ECCLESIA que ser pai é uma aprendizagem constante de “conjugar o verbo cuidar”, lembrando a figura de São José, que o Papa Francisco apresenta como modelo.

“É uma tarefa que não tem fim, que continuará sempre. Cuidar no sentido de testemunhar, mesmo quando não estamos”, refere o jornalista, em entrevista a respeito da celebração do Dia do Pai.

Em casa, no Porto, esta data é assinalada com atenção à família “alargada”, num momento de encontro e festa, para “recordar a intensidade dos laços da vida familiar”.

“Eu só sou pai porque alguém foi mãe, porque no compromisso do Matrimónio isso foi possível”, precisa o entrevistado.

Rui Saraiva sublinha a importância de ajudar as filhas a entender que pertencem “a um grupo mais alargado”, despertando um sentido de fraternidade.

O jornalista recorda também o seu pai, falecido em 2019, pela “presença” capaz de se fazer sentir, mesmo no silêncio.

O profissional da Comunicação, com acreditação permanente na sala de imprensa da Santa Sé, acompanhou no Vaticano a Missa do início do ministério do Papa Francisco, a 19 de março de 2013, menos de uma semana após a sua eleição pontifícia.

Essa solenidade de São José foi “um dia especial”, que se somou a outros dias históricos, após a renúncia de Bento XVI e o Conclave.

“Nós, em família, estávamos também a viver uma aventura, em Roma”, recorda Rui Saraiva.

O “primeiro Dia do Pai” em Roma ficaria marcado pelas mensagens do novo Papa, que na sua homilia elogiou a “discrição” com que São José viveu a sua vida, “com humildade, no silêncio, mas com uma presença constante e uma fidelidade total, mesmo quando não consegue entender”.

O correspondente da Rádio Vaticano fala num “roteiro” de vida espiritual, particularmente importante para quem vive a experiência de paternidade, marcado também pela “ternura” com que Francisco se relaciona com a figura de São José, como “custódio” e “guardião”, confiando-lhe muitas vezes as suas próprias preocupações.

“Há que guardar, guardar a Igreja no seu essencial. Na perspetiva pastoral de Francisco, ela é uma Igreja missionária, muito mais preocupada em sair, em levar a mensagem e criar as condições para poder estar no mundo em diálogo, acolhendo todos”, precisa.

Rui Saraiva sublinha o simbolismo de opções, nestes dez anos de pontificado, que assumem a necessidade de “tempo”, como aconteceu com o Sínodo sobre a família, em 2014 e 2015, e a assembleia sobre a sinodalidade, que também vai decorrer em duas sessões (2023 e 2024).

“Que a nossa família seja sempre uma tenda que alarga”, conclui, usando a imagem escolhida para ilustrar o atual processo sinodal, por parte do Vaticano.

A conversa está em destaque na emissão do Programa ECCLESIA, na Antena 1 da rádio pública, pelas 06h00, ficando depois disponível online e em formato podcast.

Liturgicamente, a solenidade de São José é, este ano, transferido para a segunda-feira, pelo facto de o dia 19 de março coincidir com o IV Domingo da Quaresma.

OC

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