Despertar com a «Deus Caritas Est»

Clero de Coimbra procura os desafios pastorais da primeira encíclica de Bento XVI. O clero da diocese de Coimbra encontra-se reunido, de 22 a 26 deste mês, para absorver o texto da encíclica «Deus Caritas Est». Ao longo dos dias “iremos reflectir sobre a vertente bíblica, antropológica, diálogo inter-religioso, relação entre caridade e justiça e os desafios lançados à paróquia com o texto” – referiu à Agência ECCLESIA o Pe. João Lavrador, Pro-Vigário-Geral da diocese de Coimbra. Com duas partes – especulativa e questões da caridade – a encíclica é “um despertador para a diocese”. Nesta acção de formação para o clero do Mondego, “faremos também uma avaliação do trabalho e analisaremos as insuficiências na linha pastoral da caridade” – relatou o Pe. João Lavrador. Com as “novas situações existentes” é fundamental formar os agentes de pastoral. E acrescenta: “se temos a preocupação de formar ao nível catequético e liturgia os agentes, nesta área nem sempre existe essa preocupação”. Em ordem à abertura do ano pastoral, o clero já tinha abordado esta temática mas faltava o “trabalho de aprofundamento teológico-pastoral”. Com o tema “Os desafios pastorais da encíclica «Deus Caritas Est» à diocese de Coimbra”, esta actualização pretende que os padres – primeiros responsáveis a nível pastoral das comunidades – tomem “consciência da riqueza da encíclica”. Na leitura do texto nem sempre “transparece tudo o que Bento XVI quer provocar” – frisou o Pro-Vigário-Geral da diocese de Coimbra. Ao olhar para a pastoral diocesana, o Pe. João Lavrador apurou que à primeira vista “parece que estamos a responder minimamente” mas quando que se verifica “as necessidades de hoje – desemprego, migrações, novas formas de pobreza, prostituição, aborto e diminuição da natalidade – chegamos à conclusão que nem sempre estamos atentos a essas vertentes”. Com a proximidade do referendo ao aborto, o Pró-Vigário-Geral adiantou que os padres já receberem indicações do bispo diocesano, D. Albino Mamede Cleto, para “esclarecerem os cristãos sobre a importância da vida” mas “não em espaços que tenham a ver com a Eucaristia”. Em termos de campanha, estes devem proporcionar aos leigos a possibilidade “de intervenção” mas “fora do espaço litúrgico”. Depois de assimilados os ensinamentos recebidos nesta iniciativa, os padres devem transmiti-los aos vários agentes de pastoral. Esta questão será retomada também no próximo conselho presbiteral, dias 8 e 9 de Março.

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