Igreja parte à descoberta do Algarve

Diocese quer aproximar-se destinatários da sua missão e indentificar-se plenamente com a sua região O clero da Diocese do Algarve vive desde segunda-feira, dia 22, as Jornadas de Actualização Teológica, este ano centradas na necessidade de conhecer a realidade que os rodeia. Esta preocupação vem na linha das grandes orientações definidas pelo plano pastoral para os próximos anos (2006-2012), como explica o próprio Bispo local. “Achamos conveniente dispor do contributo de várias personalidades para um maior conhecimento da realidade do Algarve”, aponta D. Manuel Quintas. Para isso contam com a presença de personalidades de diferentes áreas, não só da Igreja. Com o seu contributo é possível “escutar o que eles pensam, para onde caminha o Algarve tendo em conta as suas assimetrias sociais e culturais e naquilo que é a sua economia e a sua dimensão turística”. Conhecer melhor esta realidade, “aproximamo-nos dos destinatários da nossa missão na Igreja”, sublinha o Bispo do Algarve, em declarações ao Programa Ecclesia. A maioria dos sacerdotes que presentemente se encontram no Algarve são oriundos de outros locais. Alguns no entanto deram início ao seu ministério naquela região e, segundo o prelado “identificam-se plenamente com esta região”. Mas também essas diferentes origens são uma riqueza para a Igreja, uma vez que o Algarve é uma região que acolhe gente de todo o lado. “Também a nível eclesial se vive essa riqueza”, regista. O primeiro dia de trabalhos contou com a presença do reitor da Universidade do Algarve, João Guerreiro e de Macário Correia, presidente da GAMAL – Grande Área Metropolitana do Algarve. João Guerreiro regista a importância de a universidade não estar encerrada nos seus muros mas “de se projectar no exterior e encontrar na sociedade civil, nas associações e no conjunto das instituições que dão coesão à sociedade, parceiros para desenvolver os seus objectivos de formação e de qualificação social” transferindo os conhecimentos para o estabelecimentos “de pontes que queremos encontrar com outras instituições”, explica. Nos últimos anos o Algarve tem-se transformado devido ao grande fluxo de imigrantes, originando naturalmente “problemas particulares na realidade algarvia”. Mas este quadro confere também desafios interessantes “porque o Algarve sempre foi uma região conectada com as diversas partes do mundo através do comércio e estamos novamente nessa fase em que temos de conviver com pessoas com culturas diferentes”, sublinha o Reitor da Universidade. Apontando a particularidade dos imigrantes da Europa de Leste, “com uma formação e um nível de qualificação elevado” torna-se um desafio transformar “esta variedade de nacionalidades numa sociedade com coesão e solidariedade”. O caminho a percorrer é o do “desempenho concertado da actividade das instituições”, cada uma com as suas competências próprias mas João Guerreiro aponta que é “na convergência de esforços que se consegue a solução para uma situação que pode parecer problemática, mas que na minha opinião tem aspectos profundamente positivos”. Macário Correia sublinha que o conhecimento da realidade não passa exclusivamente pelas paróquias, “mas é importante os próprios párocos estarem conscientes do que se vai fazendo na região”, dos projectos em curso e dos desafios regionais, numa “ponte entre as preocupações religiosas e de culto e aquilo que é a sociedade e os seus problemas”. Os párocos “enquanto referências nas suas paróquias e pessoas que dão conselhos e orientações”, podem inclusivamente contribuir para “todos percebermos melhor algumas problemáticas por também estarem mais próximos da população”, sugere o Presidente da Área Metropolitana do Algarve. As Jornadas concluem-se hoje, com a abordagem à temática “Comunhão entre os presbíteros da Igreja”, com orientação de D. Carlos Azevedo, Bispo Auxiliar de Lisboa.

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