Darfur debaixo de fogo

A Confederação Internacional da Cáritas veio a público denunciar novas violações dos direitos humanos na região sudanesa do Darfur, palco da maior crise humana da actualidade. Segundo comunicado da Caritas Internationalis, mais de 3000 pessoas foram obrigadas a abandonar as suas casas após “ataques brutais” nas aldeias do Sul do Darfur, juntando-se assim a mais de 2,5 milhões de deslocados. O conflito que se arrasta na região já provocou mais de 200 mil mortos, desde 2003. Simon Egadu, da missão conjunta da Cáritas e da “Action by Churches Together International” (ACT), organizações cristãs de solidariedade, relata que “uma das aldeias estava completamente vazia”. A violência no Darfur vitimou, na semana passada, um olaborador da Cáritas, Adam Adam, abatido a tiro, num novo episódio de violência nos campos em volta de Zalingei. As organizações cristãs ACT e Caritas Internationalis trabalham há anos numa resposta conjunta à crise do Darfur. Os relatos na página da confederação internacional da Cáritas mostram que, apesar dos acordos de paz de Abuja assinados a 5 de Maio de 2006, milhares de pessoas saíram das suas casas em resultados dos confrontos entre os rebeldes e as milícias governamentais. A situação na região obriga a comunidade internacional mobilizar-se. Ontem, numa reunião do grupo de contacto pelo Darfur, ficou um apelo: “O silêncio mata. Queremos mobilizar a comunidade internacional para dizer: basta”. O presidente francês Nicolas Sarkozy, reuniu representantes de 18 países e de várias organizações internacionais, incluindo a ONU, que constituem o grupo de contacto pelo Darfur, em Paris, para discutir o conflito nesta região. Sarkozy pediu à comunidade internacional para actuar de forma “rápida” e para que seja “firme” perante as partes envolvidas no conflito. A Missãopress, Associação de Imprensa Missionária, lançou neste mês de Junho uma campanha de informação e sensibilização em favor da população do Darfur. António Guterres, Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, concedeu uma entrevista às publicações missionárias, onde considera a situação no Darfur como “extremamente difícil”. “Continua a existir uma situação de insegurança generalizada, com violações dramáticas dos direitos humanos para a população em geral, e finalmente um grande esforço de apoio humanitário a essa mesma população”, alerta. António Guterres do ponto da protecção das pessoas e da insegurança, “estamos perante um fracasso generalizado e por isso o risco para a segurança destas comunidades, a violação dos direitos das pessoas, casos dramáticos de morte, violação, continuam a proliferar”.

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