Cultura: Igreja Católica distinguiu Lourdes Castro

Madeirense é a primeira artista plástica a receber prémio «Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes»

Fátima, Santarém, 29 mai 2015 (Ecclesia) – A Igreja Católica homenageou hoje em Fátima a madeirense Lourdes Castro, a primeira artista plástica a receber o ‘Prémio Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes’, durante a 11ª Jornada Nacional da Pastoral da Cultura.

Os membros do júri falam numa “poética da espiritualidade cristã” e de “um importante contributo, com valor de experiência, à reformulação de linguagens plásticas que se tinham esgotado ou convencionalizado numa visão redutora de formas previsíveis”.

“Lourdes Castro construiu um percurso coeso e dinâmico, que não se deixa aprisionar em códigos de género”, assinala a justificação do prémio, uma iniciativa do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC).

A sessão simbólica decorreu no final da jornada nacional, onde foi lida a ata por D. João Lavrador, bispo auxiliar do Porto e vogal da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, que presidiu ao júri de 2015.

O 'Prémio Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes', com um valor pecuniário de 2500 euros, vai ser entregue à artista madeirense em data a definir, dado que Lourdes Castro não teve possibilidade de marcar presença em Fátima.

Eduardo Paz Barroso, professor de Estética e Ciências da Comunicação e presidente da dos Amigos do Coliseu do Porto, proferiu o discurso de homenagem à premiada, elogiando a “firmeza” que a levou a “ter razão antes do tempo” e a “expandir o visível”.

“O seu mundo é reconhecidamente um teatro de sombras, uma coreografia que exprime o que está para lá do visível”, observou.

O especialista concluiu a sua intervenção com um “obrigado” a Lourdes Castro por uma obra que ajuda cada um a viver “em paz com a sua própria sombra”.

O SNPC sublinha que os trabalhos da artista natural do Funchal (1930) são marcados por um “certo tipo de elogio do vivo e de louvor do dom da vida”, que propõe comungar numa manifestação “simples e rigorosa” da alegria.

“O louvor do dom da vida na própria atualização da autonomia dos valores estéticos tem passado por uma poética da espiritualidade cristã”, destaca o organismo da Conferência Episcopal Portuguesa.

O Prémio Árvore da Vida, instituído há 11 anos, visa realçar um percurso ou obra que reflita o humanismo e a experiência cristã.

Entre os argumentos para a escolha de Lourdes Castro encontra-se a “longa e representativa carreira”.

“Com ancoragem na década de 60, alcança progressiva notoriedade em Portugal e no estrangeiro, sendo reconhecida como figura cimeira pelos seus pares e pelos melhores estudiosos e críticos das artes visuais”, desenvolve o comunicado oficial.

A sessão de homenagem evocou a participação da artista madeirense no projeto KWY, associando-a a uma das “mais decisivas manifestações da internacionalização da arte portuguesa” no contexto cultural dos anos de 1960.

Em edições anteriores o prémio instituído pelo Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, em parceria com a Rádio Renascença, distinguiu, entre outros, o jornalista Francisco Sarsfield Cabral; o pedagogo Roberto Carneiro; o cientista jesuíta Luís Archer, o cineasta Manoel de Oliveira e o trabalho de diálogo entre Evangelho e Cultura realizado pela Diocese de Beja.

O Júri do Prémio Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes 2015 teve a seguinte constituição: D. João Lavrador; cónego João Aguiar, presidente do Conselho de Gerência da Renascença; António Vaz Pinto, S.J., diretor da Revista ‘Brotéria’; Guilherme d’Oliveira Martins, presidente do Centro Nacional de Cultura; Maria Teresa Dias Furtado, professora da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa; José Carlos Seabra Pereira, diretor do SNPC.

OC

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