Crise/Sociedade: Apostar na excelência para «dar a volta à situação»

Exemplos de trabalho, dedicação e autocrítica ajudam o país numa hora de dificuldade

Lisboa, 10 mai 2011 (Ecclesia) – Por entre o “deserto” de alternativas políticas e económicas para a crise está a florescer um “oásis” de ideias, contributos da sociedade civil que mostram que o caminho para a bonança está mesmo no melhor que cada um tem para oferecer.

“Não nos podemos deprimir coletivamente, temos de valorizar aquilo que temos de melhor e sobretudo, perceber que sem muito trabalho, sem fazer as coisas de uma maneira excelente, do princípio até ao fim, não poderemos dar volta à situação” realça Isabel Jonet, presidente da Federação dos Bancos Alimentares contra a fome, em entrevista ao programa «70×7».

É com essa convicção que a responsável, há 17 anos no cargo, luta diariamente contra o “desperdício”, angariando e distribuindo bens para aqueles que mais necessitam.

Atualmente, são 19 as instituições particulares de solidariedade social deste género espalhadas pelo país, e que contribuem decisivamente para a alimentação diária de 295 mil pessoas.

A colaboração com mais de 1800 instituições permite identificar as situações de maior dificuldade e sobretudo favorece a “autonomização” das famílias mais pobres.

“É uma parte do tempo que nós temos em que estamos ao serviço dos outros” acrescenta Porfírio Albuquerque, voluntário da Conferência de Santo Eugénio, instituição de solidariedade social de Odivelas ligada à Sociedade de São Vicente de Paulo.

Depois de uma vida de trabalho e dedicação à família, este reformado de 78 anos recusa cruzar os braços diante do sofrimento dos outros.

[[v,d,2076,]]Segundo Paulo Meneses, diretor municipal de ação social na autarquia de Lisboa, é deste tipo de disponibilidade que o país precisa para fazer face aos problemas.

“O mais importante de tudo é criar nas pessoas uma nova perspetiva, de se levantarem todos os dias de manhã e pensarem em fazer qualquer coisa diferente ou pôr qualquer coisa em causa” sustenta Meneses, a quem a crise também já tocou.

Prestes a sair de um departamento que vai ser extinto, o diretor municipal diz lamentar “uma visão ainda muito napoleónica” que o país tem da administração pública, e que estará por trás de parte dos sacrifícios que agora se enfrentam.

“Isso traduz-se em muitas coisas, nos prefixos doutor, no excesso de regalias como motoristas e outras coisas, neste tipo de detalhes como o gabinete que se trabalha, e isso é paralisante e é um óbice à inovação” conclui.

A emissão do «70×7» está disponível no novo site “My Ecclesia TV”, que entre outras potencialidades facilita a partilha das suas reportagens através da incorporação noutras páginas da Internet.

70×7/JCP

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