Crise financeira na agenda das Nações Unidas

Delegados reunidos em Nova Iorque pedem «mudança nos corpos financeiros internacionais» Os vários delegados presentes na cimeira das nações Unidas pedem mudança de medidas para restruturar os corpos financeiros internacionais. O encontro que decorre em Nova Iorque está centrada na crise financeira.

O decréscimo da ordem económica mundial que premiou os poderosos e marginalizou os pobres, promovendo um capitalismo desenfreado e sem precedentes, levou a que os delegados da Assembleia Geral da ONU tenham pedido medidas concertadas para restruturar os meios financeiros e políticas centradas nas pessoas.

No segundo dia da cimeira, mais de 50 delegados tomaram a palavra para se referir à severidade da situação actual e partilhar ideias para que a economia retome o seu crescimento, criar emprego e insuflar nova vida a negociações comerciais paralisadas.

O recém eleito presidente equatoriano Rafael Correa comparou o sistema internacional a um «clã de poderosos» que falam de igualdade, mas que não tratam ninguém justamente. Mas uma mudança, pediu a criação de um "Banco do sul" cujo objectivo seria financiar projectos de desenvolvimento e, por isso, estimular a competitividade.

Ralph E. Gonsalves, primeiro ministro de São Vicente e Granadinas, questionou o facto de os países serem obrigados a contrair empréstimos com quem lhes deu maus conselhos e foi negligente na regulação, factos que conduziram à crise.

A ministra para a cooperação económica e desenvolvimento da Alemanha, Heidemarie Wieczorek-Zeul, considerou que seria preciso uma organização como as Nações Unidas para enfrentar a crise com plena legitimidade. Falando na cimeira, a ministra apontou a necessidade de um pacote global de estímulos que beneficie os mais pobres e inclua a dimensão ecológica.

Vários países sugeriram a criação de um painel de especialistas que incluísse peritos de todas as regiões para analisar a crise económica.

A cimeira das Nações Unidas termina este Sábado e está a ser seguida mundialmente, dada a importância da reflexão que poderá conduzir à elaboração de políticas e medidas para ultrapassar a crise económica e financeira.

No passado Domingo, Bento XVI apelou aos delegados e os responsáveis pelo "destino do planeta" o "espírito de sabedoria e solidariedade humana", para que a actual crise "se transforme numa oportunidade, capaz de favorecer uma maior atenção à dignidade de cada pessoa e de promover uma distribuição equitativa do poder de decisão e dos recursos", com particular atenção "ao número, cada vez maior, dos pobres".

O Papa desejou que sejam tomadas "medidas partilhadas por toda a comunidade internacional" e se assumam "escolhas estratégicas, por vezes difíceis de aceitar, que são necessárias para assegurar a todos, no presente e no futuro, os alimentos fundamentais e uma vida digna".

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