Covid-19: Reabertura dos lares a visitas tem de ser «bem programada» para olhar o futuro com «serenidade e confiança» (c/vídeo)

Presidente da CNIS afirma que o «panorama não é assustador», aumentam pedidos de apoio domiciliário e de refeições

Porto, 24 abr 2020 (Ecclesia) – O presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade afirmou que os pedidos de apoio domiciliário e de refeições estão aumentar, disse que o “panorama não é assustador” e que a reabertura de lares a visitas “tem de ser bem programada”.

“A reabertura de lares a visitas tem de ser bem programada, não pode ser abrupta. É desejável que assim aconteça e penso que em breve podemos apresentar um programa de reabertura dos lares a visitas”, afirmou o padre Lino Maia em declarações à Agência Ecclesia.

O presidente da CNIS disse que “não está definido calendário”, assim como as “formas como isso poderá acontecer”, o que “tem ser de uma forma paulatina e tutelada” e mantendo sempre um “distanciamento social”.

“As visitas terão sempre a tentação de uma proximidade muito forte, porque o reencontro tende a ser muito afetivo. É preciso algum distanciamento, também porque a visita, involuntariamente, pode ser transportadora do vírus. Para mútua proteção, é importante que haja sempre distanciamento”, afirmou.

O padre Lino Maia referiu que um despacho do Ministério da Saúde de 20 de abril vai permitir que os cuidados de saúde a doentes covid-19 sejam prestados por profissionais de saúde em residências alternativas e disse que, com a colaboração das autarquias e a coordenação de cinco secretários de estado, essas residências estão a ser criadas.

O presidente da CNIS informou também que começam a ser garantidos os meios necessários ao desenvolvimento das respostas sociais das instituições no contexto da pandemia covid-19, nomeadamente o equipamentos de proteção individual, a realização de testes, a disponibilidade de profissionais de saúde e as residências alternativas.

“Noto que nas instituições está a reinstalar-se alguma serenidade e confiança porque alguns destes problemas estão a ser ultrapassados, nomeadamente a questão do acompanhamento da saúde, residências alternativas, testes e equipamentos de proteção individual”, afirmou.

“Com a solidariedade da comunidade local vai-se superando este problema”, sublinhou o padre Lino Maia.

A Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Social (CNIS) tem, entre as suas associadas, 847 instituições com lares, apoio domiciliária e centros de dia, das quais 60% são geridas por estruturas da Igreja Católica.

O padre Lino Maia lembrou também que há 150 mil pessoas a residir e em lares, das quais 100 mil são IPSS e Misericórdias.

“Nos lares estão as pessoas mais frágeis, com histórico de saúde muito complicado, muito dependentes, com idade muito avançada e estarão mais permeáveis à fatalidade. Se não estivessem nos lares estariam emparedadas entre o abandono e a solidão. Estariam certamente mais fragilizadas”, afirmou.

O Presidente da CNIS lembrou que ao “lares ainda são espaços de acolhimento, acompanhamento e tratamento e onde as pessoas encontram melhores condições para viver e para perspetivar o futuro”.

Sem desvalorizar cada vida humana, o padre lino Maia disse que, “comparativamente a outros países”, os óbitos em lares “não tem sido em números assustadores” e diante das estimativas da Organização Mundial de Saúde, que ponta para metade dos falecimentos pela doença covid-19 nos lares, em Portugal são um terço.

O presidente da CNIS alertou para o “alargamento de serviço de apoio domiciliário” que está a ser pedido ás IPSS, “porque há doentes covid que ficam retidos nas suas casas e precisam de apoio”, assim como o aumento do pedido de refeições por causa do crescimento do desemprego, que está a convocar a “rede de solidariedade” das instituições e das comunidades locais.

“Neste momento e muito graças a esta rede de solidariedade que brota das comunidades locais, podemos olhar com alguma serenidade e confiança par ao próximo futuro”, afirmou.

Para padre Lino Maia, “está a haver controlo na situação, o impacto está a ser controlado e podemos olhar com confiança e serenidade o próximo futuro”.

De acordo com os dados da Direção-Geral da Saúde, há em Portugal 22797 confirmados de pessoas infetados com o novo coronavírus, 1228 recuperados e 854 óbitos.

PR

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