Covid-19: Investigadora na área da Psicologia Positiva indica como «alimentar a esperança» em tempos de pandemia

«Temos um desafio tão grande que precisa de toda a nossa capacidade de transcendência» – Helena Marujo

Foto Agência ECCLESIA/MC

Lisboa, 24 abr 2020 (Ecclesia) – A psicóloga Helena Marujo afirma que quando as pessoas usam “os pontos fortes”, em particular durante uma pandemia, “aumenta a possibilidade” de viverem “microexperiências de bem-estar” e partilha com a Agência ECCLESIA “sublinhados que ajudam a alimentar a esperança”.

“Vamos superar o coronavírus mais cedo ou mais tarde, no entanto não vamos conseguir eliminar todos os vírus no futuro e, em vez de vivermos frustrados ou com ressentimento ou demasiada ansiedade, é possível aprendermos a reenquadrarmos as situações e a usar as nossas forças, nomeadamente as da coragem, que são tão importantes, e da perseverança”, explicou a professora do Instituto Superior de Ciências Sociais e Politicas da Universidade de Lisboa.

No programa ECCLESIA desta sexta-feira, na rádio Antena 1 (22h45), Helena Marujo explica que quando as pessoas usam “os pontos fortes, em particular durante uma pandemia”, como a atual do Covid-19, “aumenta a possibilidade” de viverem “microexperiências de bem-estar” e de perceber que não estavam “apenas vulneráveis”.

“Também temos em nós capacidades extraordinárias de criatividade, de autorregulação, de gratidão, está tão visível nas redes sociais hoje; Sem dúvida nenhuma, temos um desafio tão grande que precisa de toda a nossa capacidade de transcendência”, afirma.

Segundo a investigadora na área da Psicologia Positiva, um “desafio” como esta pandemia global permite “reexaminar” as prioridades na vida, “reavaliar” o que é se valoriza, e a que é as pessoas dedicam “tempo e esforço e recursos” e ajuda “muitas vezes até a gerir melhor os fatores de stress”.

A professora do Instituto Superior de Ciências Sociais e Politicas realça que “vai ajudar a viver” estes tempos usar “tudo” o que seja elementos lúdicos, “o humor, a inteligência social, a espiritualidade”.

“É muito importante fazermos mais daquilo que nos envolve, nos compromete, que nos coloca em experiências de fluir, que é estarmos tão envolvidos numa atividade que a atividade em si que é prazerosa – se é cozinhar, tratar das plantas no canteiro da varanda, brincar com os filhos, começar a escrever um diário – ações que são motivadoras para nós é muito importante fazermos neste momento”, desenvolveu.

Neste percurso para reconhecer sinais de esperança, a investigadora em Psicologia Positiva explica que é preciso “reaprender a saborear as microfelicidades, as pequenas alegrias do dia-a-dia”, porque o foco é uma escolha pessoal e pode ser “nas sombras ou na luz”.

Helena Marujo salienta que “é um tempo para aprender a perdoar”, as vivências humanas “trazem sempre ferida” mas também é nas relações humanas que “está maior felicidade”, incentiva a “praticar atos de bondade” que dentro das famílias “é essencial”, e “quanto mais os adultos fizerem o mais provável é que as novas gerações aprendam também a reciprocar”.

A professora universitária reforça a importância do humor, a usar e abusar “de uma maneira respeitadora”, em como “contar as bênçãos e graças”, e “fortalecer as conexões espirituais”, no programa Ecclesia, na rádio Antena 1, onde ao longo desta semana já conversou sobre música, poesia, o encontro ‘Economia de Francisco’ e solidariedade.

LS/CB/PR

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