Padre Hugo Gonçalves quer paróquia criativa nas formas novas de estar próxima de Jesus
Lisboa, 25 jan 2021 (Ecclesia) – A suspensão das celebrações públicas da Missa, em Portugal continental, representa um desafio às paróquias católicas, que recorrem às plataformas digitais para manter o contacto com os fiéis, como acontece no Campo Grande, Lisboa.
“Da primeira vez transmitimos só ao fim de semana, mas agora percebemos, pela aceitação que tem tido dos paroquianos e pela ligação que eles têm a este espaço que é o seu local de oração, decidimos transmitir a Eucaristia diariamente”, refere à Agência ECCLESIA o padre Hugo Gonçalves.
Basta um telemóvel ligado ao microfone do altar e à internet para que a comunidade do Campo Grande, na cidade de Lisboa, possa acompanhar a celebração da Missa, neste novo confinamento.
Sem grande investimento, a paróquia socorre-se de um telemóvel colocado no centro da igreja e de uma ligação à internet.
“Tivemos apenas que adquirir um adaptador para o som sair com maior qualidade, o que não fizemos logo ao início, mas percebemos que o som ambiente não oferecia qualidade e fomos aprendendo a fazer melhor”, explica o pároco.
O sacerdote encara esta contingência “com tristeza e pena”, mas compreende a decisão tomada pela Conferência Episcopal Portuguesa, face ao agravamento da pandemia.
“Até para estarmos em linha com os esforços que são feitos por toda a sociedade”, acrescenta o padre Hugo Gonçalves.
Aprendemos muitas coisas, fizemos muitas propostas ao longo do tempo, e acho que vamos continuar a ser criativos, a encontrar formas novas de estarmos juntos, de estarmos em comunhão, de estarmos próximos de Jesus”.
A realidade paroquial no Campo Grande, não se esgota numa comunidade cristã reunida na Liturgia, incluindo a dinâmica de apoio à fragilidade e de combate à pobreza.
“A pobreza está mais acentuada, a procura de ajuda alimentar e outros apoios está a crescer e notam-se sinais de degradação no que toca à aprendizagem das crianças e das dinâmicas familiares em que estão inseridas”, refere o pároco.
O padre Hugo Gonçalves entende que o momento não é para desanimar, mas para investir ainda mais no esforço que está a ser feito.
“Nós, cristãos, temos os olhos postos no céu, mas sabemos que ele se prepara aqui, no concreto das situações” afirma.
No dia 21 de janeiro, a CEP emitiu um comunicado em que determinava a suspensão da celebração “pública” da Eucaristia a partir de 23 de janeiro, dada a “gravidade da situação pandémica”, bem como a suspensão de catequeses e outras atividades pastorais que impliquem contacto, até novas orientações.
HM/OC
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