Covid-19: Igreja reforça presença online, após suspensão das Missas públicas

Bispos evocam vítimas da pandemia, justificando decisão

Foto: Diocese de Aveiro

Lisboa, 24 jan 2021 (Ecclesia) – As dioceses portuguesas reforçaram a sua presença online, com transmissão em direto de várias celebrações, após a suspensão das Missas públicas por causa da pandemia, em território continental.

Em Setúbal, o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) disse que esta decisão dos bispos foi “uma opção pela vida”.

“Prescindir das Eucaristias com a presença de toda a comunidade foi uma opção tomada com sofrimento e ponderação pelos bispos portugueses, perante o explodir dos contágios que esta pandemia nos tem trazido”, indicou D. José Ornelas.

Na catedral sadina, o bispo de Setúbal considerou que a atual situação “tem posto em xeque os grandes sistemas” do país, sobretudo a nível da saúde, evocando “os que lutam para que outros possam viver e possam voltar para as suas famílias”.

“No momento presente, constitui um grande perigo estarmos fisicamente juntos”, acrescentou.

Em Aveiro, o bispo diocesano presidiu à Missa dominical na Sé, com transmissão através do YouTube, evocando as pessoas afetadas pela pandemia, “sobretudo pela partida dos seus amigos entes queridos”.

“Queremos, com a nossa Eucaristia, ter muito presentes as intenções do nosso país, de todo o mundo, vítima deste vírus que afeta a humanidade”, disse D. António Moiteiro.

A partir do oratório do Paço Episcopal do Algarve, D. Manuel Quintas agradeceu a todos os que tornaram possível a transmissão online da Eucaristia, levando-a às casas das pessoas.

“Unidos a toda a humanidade, nesta luta silenciosa contra as consequências nefastas desta pandemia, queremos rezar pelos falecidos, pelos doentes, nas suas casas e nos hospitais, e por todos os que deles cuidam”, indicou.

O bispo do Algarve pediu a todos “responsabilidade e sensibilidade” para cumprir “as normas de segurança sanitária”

Na Sé de Braga, D. Jorge Ortiga destacou o momento delicado que se vive, por causa da Covid-19, apelando à “solidariedade para com aquelas que mais necessitam” e à vivência da fé, a partir de cada casa.

“Fechamos as nossas igrejas à celebração públicas comunitárias da Eucaristia, mas não fechamos a Igreja. Os tempos de adversidade são um momento para tomarmos consciência de que somos Igreja”, indicou o arcebispo primaz.

D. Jorge Ortiga evocou o exemplo dos primeiros cristãos, que “reforçavam o sentido de Igreja na família”, nos momentos de maior dificuldade.

O cardeal-patriarca de Lisboa presidiu à Missa no Parque das Nações, com transmissão televisiva, e “só a caridade explica esta atuação, neste momento tão difícil”.

“Todos os sacerdotes deste país, embora não podendo celebrar com o povo, celebram pelo povo”, referiu D. Manuel Clemente.

O cardeal português assinalou aos que acompanharam a emissão televisiva a importância da Comunhão espiritual: “Não comungam menos realmente, porque é assim que comungam com Cristo, para que o bem de todos seja garantido”.

O patriarca de Lisboa elogiou depois a “oração da Igreja e a presença dos crentes” em todas as frentes da luta contra a pandemia.

Desde Leiria, o cardeal D. António Marto defendeu que cuidar de si e dos outros é um “imperativo moral”, que se impõe hoje, “face à falta de responsabilidade, tão manifesta, de quem não ver a consequência dos seus atos”.

O bispo de Leiria-Fátima criticou o egoísmo “puro e duro” de quem não receia colocar em perigo familiares ou vizinhos, assinalando que o atual “sofrimento geral” desafia todos a cuidar “dos mais frágeis, os mais sós, os mais idosos”

Já o bispo de Santarém convidou os católicos a viver de “forma intensa, espiritualmente” a Eucaristia, rezando pela “misericórdia” de Deus.

“Rezemos uns pelos outros, nas muitas dificuldades, dúvidas, perturbações”, pediu D. José Traquina.

Na Sé de Vila Real, D. António Augusto Azevedo destacou a “marca fundamental” do dia de domingo, que se mantém na celebração através das novas tecnologias.

“Temos presentes na nossa celebração todos os que estão infetados, todos os doentes Temos presentes na nossa celebração todos os que estão infetados, todos os doentes da Covid-19 e outras doenças, todos os que cuidam dos doentes e todos que partiram, vítimas desta pandemia”, declarou.

Os responsáveis católicos destacaram, nas suas intervenções, temas como a celebração do Domingo da Palavra, instituída pelo Papa Francisco, e a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que decorre até segunda-feira.

Durante este novo confinamento, o portal da Agência Ecclesia vai colocar em destaque várias transmissões de Eucaristias, subsídios de oração e de formação ao longo do dia.

OC

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