Covid-19: Padre Tony Neves, a viver na Itália, destaca transformação das «vidas anónimas» dos grandes prédios urbanos(c/vídeo)

Programa «70×7» apresentou uma Páscoa diferente, com os olhos postos no futuro

Foto: Lusa

 

Lisboa, 13 abr 2020 (Ecclesia) – A pandemia de Covid-19 que obrigou milhões de pessoas em todo o mundo ao isolamento social pode promover conquistas “solidárias e fraternas” para o futuro, segundo o padre Tony Neves, a viver em Roma.

O religioso espiritano destaca, como exemplo, a transformação das “vidas anónimas” em prédios, através de encontros “janela a janela”, varanda a varanda na Itália.

“Durante muito tempo, as pessoas só se cruzavam nos elevadores e nas garagens”, assinala o responsável pelo Departamento Mundial Justiça e Paz dos Missionários Espiritanos.

“Depois de o vírus ir embora, não deveríamos regressar ao passado”, acrescenta.

O missionário português foi convidado a comparar a experiência de isolamento social com a vivência da guerra em Angola, há 30 anos, “realidades completamente diferentes.

Afetado pelos combates no Huambo, que duraram meses, o padre Tony Neves realça que “a guerra não é contagiosa”, pelo que muitas vezes arriscava e saía do seu espaço, para presidir à Missa, mesmo no meio dos combates, num gesto de “alegria, de festa, de esperança” para a comunidade.

A pandemia veio questionar os “isolamentos” egoístas.

“A nossa fragilidade obriga-nos a ir à procura de outras forças”, acrescenta, em declarações à Agência ECCLESIA.

José Silva, ex-recluso, teve a experiência de falta de liberdade, que não lhe tirou o sorriso, aprendendo a ultrapassar os momentos difíceis com a certeza de que “amanhã será melhor”.

Na prisão, recorda, é “preciso começar tudo de novo”.

“A sociedade tem de mudar e estamos numa altura crucial para perceber que somos todos iguais”, aponta.

O padre Amaro Gonçalo, pároco de Nossa Senhora da Hora (Diocese do Porto), saúda a “generosidade extrema” das pessoas como um “sinal da ressurreição”.

“Há sinais de vida e de ressurreição”, insiste.

O estado de emergência obriga ao isolamento social, mas o pároco afirma que a “força da ressurreição é bem visível” na sociedade, “na capacidade de doação” na sociedade civil, nas pessoas, nos voluntários, nas pessoas que “garantem a sustentação” e serviços essenciais.

O programa 70×7, emitido este domingo na RTP 2, apresentou ainda saudações de Páscoa, gravadas pelos responsáveis de todas as dioceses católicas de Portugal.

HM/OC

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