Páscoa: «Somos aqueles que acreditam nos túmulos que podem abrir as portas» – Padre Nuno dos Santos

Reitor do Seminário de Coimbra vai acompanhar ouvintes do programa ECCLESIA, na Antena 1, ao longo da semana

Coimbra, 13 abr 2020 (Ecclesia) – O reitor do Seminário Maior da Diocese de Coimbra afirmou que existem muitos “sinais de ressurreição mesmo no meio desta pandemia” de Covid-19, nos quais a fé encontra “Cristo a caminhar nos sinais pequenos de todos os dias”.

“Cada uma das nossas mesas de casa pode ser um lugar de ressurreição, cada hospital, aqueles que se dedicam hoje a dar a vida pelos doentes é um lugar de ressurreição, cada um que cuida dos doentes nos lares, cada pessoa que dá o melhor de si, aqueles que pensam nos mais frágeis”, referiu o padre Nuno dos Santos, em declarações à Agência ECCLESIA.

Entre hoje e sexta-feira, o reitor do Seminário Maior de Coimbra vai conversar sobre o tema da esperança no programa Ecclesia, na rádio Antena 1, pelas 22h45.

“Tenho sempre esta ideia de que a esperança tem muito a ver com uma presença que multiplica as alegrias e divide as dificuldades. Esta esperança cristã, é Cristo a caminhar connosco, nos pequenos gestos”, salientou.

O padre Nuno dos Santos realça que “a ressurreição e a esperança” parte do encontro, “todos os sinais da ressurreição têm a ver com o encontro” e exemplifica com os encontros de Jesus com os discípulos de Emaús, com São Tomé, com os discípulos reunidos, com Maria Madalena.

As relações são a possibilidade da esperança, ou seja, se nos isolarmos verdadeiramente, se ficarmos com a nossa vida toda em volta do nosso umbigo, se pensarmos que tudo acontece só por causa de nós, se não sairmos de nós, então tenho a certeza que não vamos experimentar a força da Páscoa e da esperança”.

Segundo o reitor do Seminário Maior da Diocese de Coimbra, é no encontro que se percebem “os sinais de Deus”, é a “humanidade que permite chegar até Deus” e é Deus que se “serve da humanidade” para chegar às pessoas.

“Este tempo de quarentena, de pandemia, pode ser também uma possibilidade de pensarmos o quanto nos faltam os abraços; Não haver o abraço da paz, não podemos abraçar aquele que está ao nosso lado, não podermos falar da paz recebida”, acrescentou o sacerdote.

Para o padre Nuno dos Santos, a esperança tem muito a ver com o “sentir-se acompanhado, com o saber-se acompanhado”.

Neste primeiro dia depois da Páscoa, a liturgia apresenta “o Senhor ressuscitado a encontrar-se” com muitos daqueles com quem “foi vivendo a Páscoa e também a Paixão”.

“Não somos dos que acreditamos nos túmulos vazios, somos aqueles que acreditam nos túmulos que podem abrir as portas para que a vida entre plenamente e a vida possa ressurgir”, destacou o sacerdote.

O padre Nuno dos Santos que esta semana vai falar sobre “esperança” às 22h45, no programa ECCLESIA, na Antena 1 da rádio pública – a partir desta noite até sexta-feira – começou por revelar que no Seminário Maior de Coimbra estão “todos bem” e têm procurado tomar as medidas necessárias “em termos do cuidado sanitário e da saúde”, e, sobretudo, “espiritual”.

LS/CB/OC

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