Covid-19: Jovem estudante de Erasmus na Polónia “luta contra a solidão” fazendo os desafios lançados pelo CNE (c/vídeo)

Três jovens de realidades diferentes falam do tempo de quarentena nas “Conversas na Ecclesia”

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Lisboa, 04 mai 2020 (Ecclesia) – Miguel Gomes, escuteiro e estudante universitário a fazer Erasmus na Polónia desde fevereiro, “luta contra a solidão” nesta fase de confinamento com os desafios diários do CNE.   

“Estou sozinho, as pessoas que viviam comigo foram embora, e os meus contactos nesta quarentena são digitais, por isso para lutar contra a solidão tenho feito as iniciativas do escutismo, os desafios diários”, explica o jovem à Agência ECCLESIA.

O caminheiro do Agrupamento 116 de Seia, Diocese da Guarda, referiu ainda que  “sente falta do ar puro” e do contacto com as pessoas, nomeadamente da “família mais próxima”, e com os desafios práticos “voltou a ser um pouco criança”, “deixou a cama e dormiu no chão”.

“Os desafios mais práticos pedem para adaptar uma coisa que faríamos na rua para dentro de casa e, de repente, parecemos crianças, cada um fazia a sua tenda improvisada em casa e voltámos a ser crianças porque fizemos os fortes com lençóis”, explica.

Miguel Gomes confessou na rubrica “Momentos F5”, que a capital polaca “está deserta”, pois “são muito rigorosos nas multas e as pessoas não facilitam” e aponta que o desconfinamento será lento.

“Acredito que vai ser um processo mais lento voltar à normalidade do que foi entrar em quarentena, para as pessoas se voltarem a cumprimentar e abraçar na rua vai ser um processo lento”, admite.

Já Marta Cansado pertence ao grupo de jovens de Mora, da Arquidiocese de Évora, e explica que, “num meio pequeno”, é necessária a ajuda de todos, “as pessoas são muito solidárias, a comunidade entreajuda-se”. 

“Somos contactados com pedidos de compras e farmácia, onde o sacerdote é o primeiro contacto, e depois os jovens fazem chamadas telefónicas as 22 horas, para conversa e companhia”, explica à Agência ECCLESIA. 

Os idosos e pessoas mais sós de Mora e Pavia são contactadas pelo pároco, padre Nelson Fernandes, que depois distribui os cerca de 100 contactos pelo grupo de jovens, uma missão que cada jovem tem agarrado de forma especial durante este tempo de confinamento. 

Marta Cansado é técnica auxiliar de lar, onde tem ficado “15 dias seguidos a dormir na instituição”, numa nova realidade que teve de se adaptar mas não quer perder a hora da chamada. 

“Quero continuar esta missão porque também me faz bem a mim”, aponta. 

Beatriz Castro e Almeida é antiga aluna salesiana e foi “desafiada a participar” no encontro mundial online do Movimento Juvenil Salesiano.

“Este encontro eram videochamadas de manhã e reflexão algumas questões ao longo do dia e depois à tarde eram partilhadas e eram parecidas, muito genuínas, foi uma das melhores coisas que me aconteceu na quarentena”, confessa na rubrica “Momentos F5.

A jovem estudante de Medicina tinha estado na Missão País, na “semana antes do inicio da quarentena, e de repente tinha de ficar em casa”.

“A minha fé estava no máximo, é como alguma coisa que se colocou em pausa, mas deu para poder abrandar e pensar sobre as coisas que não tenho tempo na minha rotina exagerada que tinha antes e orientar prioridades”, revela. 

Beatriz Castro e Almeida a viver em Lisboa e sentir as consequências de viver o confinamento “numa cidade grande” tem ainda acompanhado um “grupo que desde o início da Quaresma se reúne para a oração”. 

SN

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