Covid-19: Festa das Cruzes Floridas de Cerzedelo com edição «ainda mais familiar» 

Iniciativa decorre a 3 de maio, em paróquia da Arquidiocese de Braga

Guimarães, 27 abr 2020 (Ecclesia) – O pároco de Santa Cristina de Cerzedelo, na Arquidiocese de Braga, afirma que a Festa das Cruzes Floridas, a 3 de maio, “será ainda mais familiar” este ano, “mas nem por isso menos vivida”, no contexto do isolamento social.

“Por grande que seja a mágoa, mas por maior respeito para com quem, no terreno, nos tenta recuperar a qualidade de vida, este ano a Festa da Cruzes viver-se-á de forma diferente. Aliás, como se tem vivido o “ser igreja”, nestes dias em que a pandemia nos levou ao confinamento”, disse o padre José Marques em declarações à Agência ECCLESIA.

A leiga Conceição Silva explica que, este ano, são “habitados pela esperança, uma Esperança maior”: “O Senhor passa, não tenhamos dúvidas”.

“A pandemia provocada pelo vírus estranho e entranhado não apaga a Esperança. Não apaga a Luz. São inúmeras as mãos a embelezar a cruz deste ano: Famílias, profissionais de saúde, forças de segurança, voluntários, bombeiros, os profissionais das IPSS”, desenvolveu.

A Paróquia de Santa Cristina de Cerzedelo, na Arquidiocese de Braga, vive a festa das ‘Cruzes Floridas’ no início de maio, com 16 cruzes familiares, cada uma com dois metros de altura, espessura de 3,5 cm, em carvalho ou castanho, em forma de cruz latina.

Anualmente, do programa religioso destaca-se a procissão Eucarística ao encontro dos doentes e a ‘Via Lucis’, no domingo, e a véspera, o sábado, costuma ser dedicado ao “asseio das cruzes”, a sua ornamentação na casa das famílias, e à construção de tapetes de flores e de serrim tingido.

O pároco de Santa Cristina de Cerzedelo assinala que na edição deste ano a visita aos doentes é o serviço prestado diariamente pelo Centro Social Paroquial de Santa Cristina de Cerzedelo que, “como tantas IPSS, não pararam, adaptaram-se”, e por “tantos familiares que, em casa, ajudam a preencher o confinamento”.

A Via Lucis, com as Cruzes Familiares Pascais, é “à porta de tantas famílias”, e na simplicidade das cruzes que vão colocar no adro para que, “se alguém desejar, possa rezar com as Aparições do Senhor Ressuscitado” que vão meditar.

O sacerdote contextualiza que a ‘Cruz Familiar Pascal’ é o resultado do convite realizado às famílias, em várias regiões de Portugal, de construírem uma cruz “mais sóbria, no tempo Quaresmal, e mais alegre e festiva no tempo Pascal”

“A feliz coincidência ainda se manifesta maior em Cerzedelo, pois servirá para assinalar a Festa maior da Paróquia, e para celebrar o Mês de Maio. Já pedimos a cada família que faça, com os meios de que dispõe, um terço/dezena uma vez que o Tempo Pascal termina no dia 31 de maio”, desenvolve o padre José Marques.

A leiga Conceição Silva explica que quando se percorrem as ruas e caminhos desta vila no arciprestado e concelho de Guimarães não ficam “indiferentes à cruz colocada no exterior de cada casa – no jardim, na varanda ou à janela, “quase casa sim, casa sim” – “alta, baixa, elaborada, menos elaborada, ergue-se a cruz desde o início da Semana Santa e agora revestida de flores, a sinalizar o caminho”.

Com 20 anos de paroquialidade em Santa Cristina de Cerzedelo, o sacerdote adianta também que no âmbito da Festa das Cruzes Floridas a paróquia está a animar as pessoas a colocar uma vela junto da cruz familiar no dia 3 de maio e que fizeram “umas cruzes, muito simples”, onde vão colocar a meditação da Via Lucis que iam fazer na tarde desse domingo.

CB/OC

https://agencia.ecclesia.pt/portal/religiosidade-popular-cruzes-floridas-de-cerzedelo-mostram-sentido-comunitario-da-vida-e-da-fe/

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