D. António Couto fala em momento de transição, que exige «empenho e solicitude» das comunidades católicas
Lamego, 19 mai 2020 (Ecclesia) – O bispo de Lamego publicou uma nota pastoral sobre o regresso das celebrações comunitárias, a partir dos dias 30 e 31 de maio, falando de um momento de transição, que exige o compromisso das comunidades católicas.
“Em tudo e sempre, sobretudo nesta hora de luta que reclama de nós todo o empenho e solicitude, contai sempre com o vosso bispo e irmão, que a todos acompanha e abençoa”, refere D. António Couto, em documento enviado à Agência ECCLESIA.
O responsável católico realça que o regresso das celebrações segue as orientações da Conferência Episcopal Portuguesa, publicadas a 8 de maio, e as normas de segurança sanitária recomendadas pela DGS, “ilustradas nos cartazes para o efeito preparados”.
O bispo de Lamego apresenta um conjunto de “preceitos práticos”, elencados ao longo de novo pontos, que começam por destacar quatro momentos: a entrada e saída da igreja; a “correta e ordeira” ocupação do espaço dentro da igreja; os passos para a Comunhão.
“É recomendável que em cada igreja haja pequenas equipas de acolhimento e acompanhamento, e que cuidem da higienização à entrada, e antes e depois da Comunhão”, indica.
D. António Couto recorda que, nesta primeira fase, a ocupação das igrejas é limitada a um terço da sua capacidade, precisando que a indicação é válida para as Eucaristias de domingo e dos dias de semana.
Higienização, distanciamento social e uso de máscara já fazem parte do nosso quotidiano, e devemos mantê-los em todo o tipo de celebrações comunitárias (batismos, matrimónios, exéquias e outras celebrações eventuais)”.
O bispo de Lamego deseja que se celebrem com “dignidade e simplicidade”, sempre que haja solicitação para isso, os sacramentos da Reconciliação e da Unção dos Doentes, cumprindo sempre também as normas sanitárias em vigor.
Quando às batismos, primeiras comunhões e matrimónios, é sugerido que sejam adiados, sempre que possível, “dado o seu caráter particularmente festivo”.
São também adiadas “para tempo oportuno” as visitas pastorais, bem como a celebração do sacramento do Crisma.
“Mantendo-se as atuais circunstâncias sanitárias, temos de compreender que, para o melhor bem de todos, devem continuar suspensas peregrinações, procissões, festas, romarias, concentrações religiosas, acampamentos e atividades similares”, acrescenta D. António Couto.
A nota inicia-se com uma leitura teológica sobre a atual pandemia e a relação entre fé e ciência.
“Lutemos com a inteligência e o coração, com a oração; lutemos, pois, com os dados por Deus dados, nos hospitais e laboratórios. De resto, os santos sempre souberam arrastar o mundo para o bem e o bem para o mundo, vergando, para tanto, o coração de Deus”, pode ler-se.
O bispo de Lamego conclui com saudações às 223 comunidades paroquiais da diocese e a cada um dos seus membros, “desde as crianças, privadas de tantas brincadeiras, até aos jovens”, que viveram uma jornada diocesana online.
A mensagem saúda os “pais e avós” e os párocos, a quem se agradece pela “presença e proximidade”, com uma palavra de estímulo para “continuar a lutar com entusiasmo e criatividade”.
“Tenho de saudar, não por dever, mas por emoção e gratidão, os nossos queridos velhinhos e fragilizados, que têm estado confinados nos Lares espalhados pelo território da nossa Diocese. Que o Senhor vos abençoe, meus amigos e meus irmãos”, acrescenta D. António Couto.
O responsável católico recorda de forma “sentida e comovida” os cuidadores e voluntários que acompanham esta população.
OC