Corpo de Deus: Festa na Diocese de Lamego marcada pela bênção no novo altar da Sé

Padre José Ferreira destaca ocasião «apropriada» para inaugurar novo espaço celebrativo da Catedral

Lamego, 31 mai 2018 (Ecclesia) – A solenidade do Corpo de Deus, na Diocese de Lamego, vai ser hoje marcada pela bênção do novo altar da Sé de Lamego.

De acordo com declarações do padre José Ferreira, pároco da Sé, à página online da Diocese de Lamego, a “sagração” do novo altar vai acontecer durante a missa solene do Corpo e Sangue de Cristo, esta quinta-feira a partir das 16h00.

“O altar que tínhamos foi, sempre, considerado provisório. Não fazia justiça à grandeza da nossa Catedral. Achámos que era a hora de termos um altar digno e nobre na Sé da Lamego”, explica o sacerdote.

O altar, anteriormente em madeira, é agora feito de “pedra de xisto” e tem na parte frontal a representação de “uma videira, em relevo”, estando também visíveis “a cepa, as folhas e as uvas”.

No mesmo ponto, a base onde está assente o altar também é diferente, já que em vez da antiga “alcatifa” foi colocado “um soalho em madeira de castanho”.

Esta intervenção está inserida num trabalho mais alargado, de reconfiguração de todo o espaço celebrativo da Sé.

As escadas da frente estão mais curtas para permitir um espaço próprio para a Liturgia da Palavra e um simétrico para uma estante.

“Era necessário distinguir o espaço da Liturgia da Palavra. Daí se encurtarem as escadas de acesso ao presbitério, para dar lugar a um avançado onde está o ambão”, salienta o padre José Ferreira.

Ainda sobre a questão do altar, o sacerdote explica os símbolos que foram colocados com o objetivo de ir ao encontro de uma atividade com extrema importância na região.

“Estando a Catedral de Lamego implantada na região do Douro, única no mundo, e sendo o cultivo da vinha transversal a toda a diocese, como traduzir esta especificidade na conceção do seu altar? Como torná-lo, também, único, genuíno? A partir daí, a escolha de fazer representar uma videira no altar foi quase intuitiva”, apontou.

Quanto ao material utilizado, o xisto, também “não houve muita hesitação”, já que este tipo de pedra também é uma “caraterística do Douro”.

“Mais difícil”, admite aquele responsável, “foi materializar a ideia”, e para isso foi indispensável o engenho dos responsáveis pela obra.

“A arquiteta encarregue do projeto teve um momento de rara inspiração”, frisa o prior da Sé, referindo-se à forma como se conseguiu “fazer sobressair no soalho um corredor de cor térrea que vai da nave até à presidência, passando pelo altar”.

Do modo como foi idealizado, todo o conjunto permite a quem passa e celebra na Sé ver “uma videira implantada na terra, serpenteando no meio do xisto, banhada pelo sol”.

E perceber que tal como dos “frutos” da videira “se produz o vinho delicioso”, naquele altar também brota a vida de Cristo “que se oferece no altar para salvação do mundo”.

Neste sentido, o padre José Ferreira considera feliz e “apropriado” que a data da sagração do novo altar coincida com a celebração da solenidade do Corpo de Deus, “dia em que se manifesta solenemente a fé e o amor a Cristo presente na Eucaristia”.

O dia do Corpo de Deus (solenidade litúrgica do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, no calendário católico) é um feriado móvel em Portugal e em várias outras nações, celebrado sempre a uma quinta-feira e 60 dias depois da Páscoa; nos países onde a data não é feriado celebra-se no domingo seguinte.

A Solenidade Litúrgica do Corpo e Sangue de Cristo começou a ser celebrada há mais de sete séculos, em 1246, na cidade de Liège, na atual Bélgica, tendo sido alargada à Igreja latina pelo Papa Urbano IV através da bula ‘Transiturus’, em 1264, dotando-a de Missa e ofício próprios.

A “comemoração mais célebre e solene do Sacramento memorial da Missa” (Urbano IV) recebeu várias denominações ao longo dos séculos: festa do Santíssimo Corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo; festa da Eucaristia; festa do Corpo de Cristo.

JCP

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