COP27: Vaticano convida a agir antes que seja tarde demais

Cardeal Pietro Parolin discursou no Egito, falando em «oportunidade que não pode ser desperdiçada»

Sharm el-Sheikh, Egito, 07 nov 2022 (Ecclesia) – A delegação do Vaticano na Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP27), que decorre no Egito,

“A crise socioecológica que vivemos é um momento propício para a conversão individual e coletiva e para decisões concretas que já não podem ser adiadas. A face humana da emergência climática desafia-nos profundamente”, disse hoje o cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, discursando em Sharm el-Sheikh.

O responsável católico admitiu que a crise provocada pela Covid-19 e a guerra na Ucrânia possam “ofuscar” os esforços desta COP27.

“Não podemos permitir que isso aconteça. As mudanças climáticas não vão esperar por nós”, alertou, pedindo “solidariedade internacional e intergeracional”.

Esta é a primeira conferência do clima em que a Santa Sé participa como parte da Convenção e do Acordo de Paris.

O colaborador do Papa falou num “dever moral” de agir “para prevenir e responder aos impactos humanos, cada vez mais frequentes e severos causados pelas alterações climáticas”.

“A COP27 oferece-nos uma nova oportunidade, que não pode ser desperdiçada. É uma oportunidade e também um desafio abordar seriamente os quatro pilares do Acordo de Paris: mitigação, adaptação, financiamento e perdas e danos”, declarou D. Pietro Parolin.

Foto: Vatican Media

A intervenção aludiu aos chamados refugiados climáticos, pedindo que os Estados se mostrem dispostos a “aumentar a disponibilidade e flexibilidade dos caminhos para a migração regular”.

O cardeal destacou que o Estado da Cidade do Vaticano está comprometido em reduzir as emissões para zero antes de 2050, “intensificando os seus esforços para melhorar a sua gestão ambiental”, e em “promover a educação para a ecologia integral”

A COP27, que decorre até 18 de novembro, reúne decisores políticos, académicos e organizações não-governamentais, com o objetivo de travar o aquecimento global do planeta, entre outras metas.

A ONG ‘Oikos’ está presente no Egito, em representação da Plataforma Portuguesa das ONGD, exigindo que da conferência “saiam resultados concretos, práticos e eficazes”.

“Estamos no meio de uma crise climática sem precedentes na história humana”, indica a organização, em comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

OC

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