Cooperação da Caritas em São Tomé e Príncipe

No local, Eugénio Fonseca acompanha implementação de projectos que resultam da Campanha 10 Milhões de Estrelas Um país de muitas lacunas e grandes potencialidade é a realidade que Eugénio Fonseca, Presidente da Caritas Portuguesa, de visita a São Tomé e Príncipe está a encontrar. Uma deslocação de uma semana, que pretende acompanhar o desenvolvimento dos projectos que a «Operação 10 milhões de estrelas» de 2007 apoiou com 30% da sua campanha. Duas instituições de apoio à infância são o resultado da participação na campanha, em 2007. Na ilha do Príncipe, na Praia Burra, foi construído um Jardim de Infância. A Caritas está disponível para perceber de que forma pode esta valência ser equipada. Eugénio Fonseca, explica à Agência ECCLESIA que embora o equipamento já esteja a funcionar, “as crianças sentam-se no chão porque não há verba para adquirir mesas e cadeiras”. A Caritas ajudou também as Irmãs das Neves na construção de um centro de apoio à infância que auxilia cerca de 200 crianças em cuidados médicos, alimentares e educativos. São Tomé e Príncipe é um “país de inúmeras carências”. O Presidente da Caritas Portuguesa refere uma sensação de esmagamento face às necessidades percebidas. “Quase somos levados a cruzar os braços e a dizer que nada pode ser feito. O testemunho de missionários e leigos conferem esperança e dizem que é possível, com paciência e persistência, continuar a trabalhar pelo desenvolvimento”. A única carência que não existe é a que resulta do fruto da terra e do mar. “De resto falta tudo”, sublinha Eugénio Fonseca. Alimentação, muitas crianças apenas com uma refeição por dia que é dada nas instituições que trabalham em São Tomé. “Há maiores cuidados na saúde. Nota-se uma evolução no campo preventivo e no apoio à natalidade”. De visitas anteriores a este país africano, percebe-se a aposta na educação. “As escolas estão cheias e há uma grande vontade de aprender, apesar de muitas carências de equipamentos”. Eugénio Fonseca foca um problema civilizacional em São Tomé e Príncipe. “Este país está muito marcado pela História, claramente de dependência de terceiros”. Esta realidade só pode ser mudada “educando as actuais gerações”. A escola assume um papel essencial e, por isso, tem de ser apoiada. “Uma educação que passa pela escolaridade, pela capacitação das pessoas e pela formação para os valores – responsabilidade, autonomia, criatividade”, exemplifica. O Presidente da Caritas Portuguesa explica que o país enfrenta a vontade de “as gerações mais jovens quererem imigrar”, porque os salários e a qualidade de vida são baixos e não respondem a uma alimentação cara e a necessidades exigentes. “O país tem de criar condições para fixar a população”. O turismo é uma área a dinamizar. “Percebo que o investimento estrangeiro está a actuar e nota-se um avanço”. Eugénio Fonseca foca também que a cooperação no combate ao paludismo. “Está aberta a porta ao grande potencial que é o turismo”, sendo essencial o sentido colectivo do bem comum para por a render o potencial do café e do cacau. Durante a visita de uma semana, a delegação da Caritas Portuguesa teve também oportunidade de acompanhar as crianças e os pais que beneficiam da campanha «Padrinhos de São Tomé». “Pudemos perceber que a campanha está a resultar e a contrapartida que se pede, de que as crianças abrangidas pelo projecto estejam a estudar, está de facto a ser cumprida”. A delegação volta a Portugal “com a necessidade de abranger mais crianças e encontrar mais padrinhos”. A Caritas Portuguesa regressa de São Tomé e Príncipe com “algumas ideias”. O presidente da instituição assume que as ideias incidem na dinamização de alguns sectores de actividade produtiva. “Dar por dar não ajuda. O apoio tem de criar trabalho e condições para que as pessoas tenham acesso ao trabalho”. Sem adiantar projectos, Eugénio Fonseca admite terem sinalizado duas zonas em São Tomé “que necessitam de actividades sociais”. O presidente acredita, quando regressar, poder encontrar parceiros para ajudar a financiar projectos. “Conto com o apoio da população e espero poder contar também com o Estado português”. Antes de terminar a visita, Eugénio Fonseca vai reunir com D. Manuel António dos Santos, Bispo de São Tomé, para perceber “que vias existem de cooperação entre este país e a Caritas e o que espera a Igreja santomense do nosso trabalho”.

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