«Conversas na Ecclesia»: «Ser outra vez como criança» ajuda a olhar o Mundo em desconfinamento (c/vídeo)

Trazer a “criatividade à catequese”, ser ponte em “Abrigo de Sorrisos” ou “Adotar um avô” são “Momentos F5” que os jovens partilharam

Lisboa, 01 jun 2020 (Ecclesia) – Teresa Valente adotou uma avó, Cláudio Louro dinamizou catequeses de infância e Sara Sabim foi intermediária entre crianças e os profissionais de saúde, regressos à infância em tempo de pandemia contados à Agência ECCLESIA, em Dia Mundial da Criança.

“Eu, infelizmente, já não tenho os meus avós de sangue e foi outra vez como ser criança, voltar a conhecer uma avó, toda feliz, e ela quando fala sobre mim fala como numa criança feliz, sabe que me faz um pouco de companhia, sente que adotou uma neta e é fantástico”, revela Teresa Valente.

A jovem psicóloga, da diocese de Portalegre-Castelo Branco, deu a conhecer a iniciativa “Adote um avô”, que iniciou no tempo de confinamento, com o “objetivo de combater a solidão nos idosos da comunidade”.

“Começou pela Pastoral Juvenil, inspirados pelos escuteiros, o meu Agrupamento 172 de Abrantes tinha muitos desafios ao longo do tempo, um deles era fazer uma boa ação durante este tempo, além de outras ajudas a saúde mental estava ser negligenciada e comecei a chatear os caminheiros e amigos”, explica a jovem. 

Os contactos dos idosos foram “fornecidos pelas Irmãs Salesianas, criavam o emparelhamento e surgia uma família”, neto e avô falam pelo telefone, uma iniciativa que já se replicou “em Setúbal e na Benedita”. 

Nas “Conversas na Ecclesia” desta segunda-feira, dia Mundial da Criança, Teresa Valente contou que “são muitos os temas de conversa” com a sua avó Violante, que até já a convidou “para tomar chá e fazer renda”, quando passar esta fase de pandemia.

“Vou dar mais valor às pessoas mas projetos como este não vão acabar aqui, vão continuar”, deseja. 

O jovem artista Cláudio Louro é um dos rostos da iniciativa “Catequese em Casa”, lançada pelo Secretariado Nacional da Educação Cristã, e veio trazer uma nova dinâmica à catequese do primeiro volume, uma realidade que se transformou “num desafio”.

“Depois de uma Páscoa diferente e muito intensa, como para todos, estava à procura de algo em que podia ser útil, servir os outros, e tive este contacto da Margarida, que é a catequista do primeiro catecismo”, recorda. 

O jovem ligado ao teatro musical e depois do conservatório de Música aposta em conteúdos criativos “para levar a catequese às casas das crianças e transmitir os conteúdos de outra forma”.

“É muito bonito juntar as duas bagagens: da Margarida enquanto catequista, os conteúdos, e depois a minha bagagem ligada à parte artística, expressar para as crianças o que queremos transmitir”, explica.

Além do Cláudio e da Margarida surge ainda o “Luzinhas”, como que uma mascote daquele primeiro volume, “a voz da consciência”, para dar a entender que as mensagens da catequese se conseguem “viver no dia a dia”.

Seja música, dança ou teatro, com muitas formas para chegar a eles, eu tenho esta ligação à fé mas acaba por ser a consolidação da minha própria aprendizagem”.

Da diocese de Bragança-Miranda a Sara Sabim partilhou a experiência “Abrigo dos sorrisos”, uma iniciativa que nasceu de um “desafio aos escuteiros para prestar apoio à linha da frente” no combate à Covid-19. 

“A ideia surgiu no nosso núcleo dos caminheiros, queríamos servir mesmo com todas as limitações, e surgiu a ideia que se fizesse algo a partir de casa e responder a necessidades que fomos recebendo, temos estudantes de várias áreas e outros a trabalhar, seja área social e de saúde, foram recolhendo as necessidades das pessoas que estavam na linha da frente e uma delas era a falta de apoio e cor nos seus dias”, recorda. 

A jovem escuteira contou que foi pedida ajuda aos chefes de cada secção, do seu Agrupamento 18 de Bragança, e o desafio podia ser “fazer um desenho ou escrever uma mensagem para quem estava na linha da frente” mas também se poderia deixar nome e contacto de “alguém que se queria homenagear”.

“Era só preencher um formulário e direcionar o desenho ou mensagem, inicialmente foi à base dos escuteiros, mas depois começámos a receber mensagens de todo o país e algumas não conhecemos”, aponta.

A caminheira Sara Sabim partilhou que os “desenhos dos mais pequeninos eram os mais especiais” e o feed-back ia chegando.

 Acabamos de receber feed-back que nos levava muito àquela realidade da linha da frente, de certa de maneira sentimo-nos mesmo lá”.

O projeto “Conversas na Ecclesia” tem o objetivo de partilhar, de segunda a sexta-feira, um tempo de diálogo sobre cinco temas, publicados nas redes sociais, a partir das 17h00.

A semana começa com temas direcionados para jovens, depois a solidariedade e o cuidado da casa comum, as novas formas de liturgia e de pertença, os acontecimentos vividos a partir do Vaticano e, a terminar a semana, uma conversa com propostas e perspetivas culturais.

SN

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