«Conversas Além-fronteiras»: «Sou um missionário ribeirinho» – padre Firmino Cachada

Missionário do Espírito Santo está há oito anos na Amazónia, onde a presença ainda é «muito necessária»

Lisboa, 27 out 2020 (Ecclesia) – O padre Firmino Cachada, Missionário do Espírito Santo, está em missão na Amazónia, há oito anos, considera que a presença dos missionários ainda é “muito necessária” e disse à Agência ECCLESIA que é um “missionário ribeirinho”.

“A paróquia da missão consagrada ao Espiritanos é ao longo de rios e de lagos e por isso me considera missionário ribeirinho, não tenho carro nem mota, porque só se usa na cidade para ir para o aeroporto, de resto usa-se a canoa e o barco”, explica.

O missionário está no “centro geográfico da grande Amazónia, que é maior do que a Europa” e tem uma missão ribeirinha que tem sede num lugar histórico, visitado por turistas na embocadura do rio Tefé com o rio Solimões”.

Atualmente a paróquia conta com 200 km de comprimento e 40 comunidades, “com 6 ou 7 famílias até outras comunidades com 70 famílias” e a presença dos missionários “continua a ser muito necessária”.

“Quando é mais perto vou de canoa mas há outras que tenho de subir o rio e algumas a 15 horas de barco…Durmo na rede e como nas casas da pessoas, fazem questão disso, ao almoço arroz, farinha e peixe, ao jantar peixe, farinha e arroz; peixe que pescam no rio, que tem muito peixe e a farinha que fazem com a mandioca, que cultivam na roças familiares”, conta. 

O religiosos de 75 anos conta que esta é “uma igreja laical” e destaca todo o trabalho dos catequistas em cada comunidade, com quem procura “ter contacto e acompanhar sempre que possível”, dadas as muitas distâncias e dificuldades.

“O que é mais fácil: aquele povo é muito legal, como lá se diz… Quando chego as pessoas esperam ansiosamente, as crianças a cantar, é uma gente que dá valor à nossa presença e ao nosso trabalho; o mais incómodo é o clima, quente e húmido, e a bicharada, que tem tanta espécie e tão variada que não está tudo catalogado”, refere.

Olhando para a Amazónia, o sacerdote aponta a “preocupação grande que é o cuidado desta casa comum, preservação do meio ambiente e que cada um deve sentir-se um cuidador”. 

O padre Firmino Cachada, depois de muitos cargos assumidos na Congregação, “sempre teve inclinação para aquele destino de missão” e pediu para ir para a Amazónia, o destino que foi aceite. 

“Sobretudo no interior não é muito fácil mas, para quem é mais jovem, é uma grande aventura mas é preciso ter um espírito missionário e olhar para as necessidades dos outros não só como quem dá mas como quem recebe”, assume. 

No mês de outubro missionário, assim designado pela Igreja Católica, a Agência ECCLESIA apresenta as «Conversas Além-fronteiras», que trazem a missão desenvolvida em diferentes pontos do mundo; serão transmitidas e publicadas online, às 17h00, e no programa Ecclesia, na rádio Antena 1, pelas 22h45.

SN

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