Consolata: Reforçar missão dentro de portas

Responsável pela Província Portuguesa dos Missionários da Consolata destaca necessidade de acompanhar mais de perto os problemas das pessoas, no plano nacional

Fátima, Santarém, 28 mai 2012 (Ecclesia) – Os Missionários da Consolata querem reforçar a sua ação evangelizadora e solidária em Portugal, de modo a corresponderem aos desafios resultantes da instabilidade económica e social que o país atravessa.

Em entrevista concedida à Agência ECCLESIA, o superior provincial da congregação, padre António Fernandes, sublinha a necessidade de “reconfigurar” o carisma do Instituto fundado pelo beato José Allamano para uma perspetiva mais “próxima” das comunidades portuguesas.

“Somos essencialmente missionários ad gentes, sabemos que a comunhão com o mundo é importante, mas também não podemos ficar indiferentes a quem está perto de nós”, salienta.

Segundo o sacerdote, a conjuntura atual exige missionários “atentos às realidades mais extremas” da sociedade portuguesa, agentes que façam ver às pessoas que “não estão sozinhas” no meio dos seus problemas.

Por outro lado, a interculturalidade que marca o país, motivada pelo fluxo de emigrantes que vieram em busca de uma vida melhor, precisa de missionários que consigam estabelecer “pontes ou espaços de diálogo e de escuta” entre pessoas das diversas nacionalidades, de modo a que “todos possam partilhar as suas características”.

“As pessoas não são só números, quando se deslocam de país para país, em busca de alternativas, levam consigo uma riqueza cultural e religiosa própria, fruto da sua história e do ambiente social onde viveram, e é preciso ajudar a ver essa riqueza”, aponta o superior provincial.

Além das dificuldades económicas, sociais e culturais, os membros do Instituto Missionário da Consolata vão estar particularmente atentos às necessidades espirituais das pessoas.

“Hoje Portugal e a Europa têm uma grande percentagem de pessoas que não conhecem o verdadeiro núcleo do Evangelho e é importante reevangelizar as raízes da sociedade, com uma atenção muito especial aos jovens”, sustenta o padre António Fernandes.

Contrariar a falta de vocações é outro objetivo, sem que isso represente qualquer tipo de drama.

Para o sacerdote, “Deus continua a chamar, embora não da mesma forma como antigamente”, e existem mesmo muitos sinais de “esperança”, como por exemplo o “serviço” que os leigos prestam à Igreja.

“Quanto mais radicais e eloquentes formos na transmissão da vida de Deus, na vivência do nosso carisma e da nossa missão, mais possibilidade teremos de motivar mais jovens a seguir-nos”, recorda aquele responsável.

Os missionários da Consolata, hoje com cerca de 30 elementos a trabalharem em Portugal, estiveram recentemente reunidos em capítulo provincial para definirem estratégias para os próximos seis anos.

Apostar na qualificação humana e técnica dos missionários e colocar seminários e outras estruturas ao serviço da Igreja e da sociedade portuguesa, são também objetivos a cumprir no futuro.

JCP

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