Consistório 2015: Ação do Papa acentua «internacionalização» do Vaticano, diz D. Manuel Clemente

Patriarca de Lisboa considera que as «periferias são agora o centro»

Lisboa, 12 fev 2015 (Ecclesia) – O patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, afirmou em entrevista à Agência ECCLESIA que o Papa Francisco está a realizar uma “internacionalização” dos serviços da Santa Sé, cada vez mais conforme a universalidade do catolicismo.

“A internacionalização do Colégio Cardinalício e da Cúria Romana é um processo que tem feito o seu caminho, tem-se andando muito nesse sentido”, defende o patriarca, acrescentando que mais do que uma “estratégia” trata-se da concretização da “realidade da Igreja”.

Para D. Manuel Clemente, “a Igreja Universal está hoje presente em Roma, também através dos cardeais provenientes dos cinco continentes e do próprio Papa sul-americano, com muito mais expressão e coincidência do que estava até aqui com aquilo que ela é realmente, hoje, e onde está a crescer”.

“Temos visto sucederem-se à frente de dicastérios romanos cardeais africanos, asiáticos e isso é um processo agora verdadeiramente em curso e muito certo. Porque assim é que deve ser, tratando-se de um serviço à Igreja Universal”, sublinhou.

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa recordou o momento em que o mundo conheceu o atual Papa, quando disse que os cardeais foram eleger um bispo “do fim do mundo” em relação à Europa, mas “o princípio de quem lá está”.

“Com esta eleição colocou-se a periferia no centro. E acho que ficou muito bem!”, sustenta D. Manuel Clemente.

“Na América Latina está uma grandíssima percentagem do catolicismo mundial. Assim, o que é hoje periférico em relação ao catolicismo, a Europa ou a América Latina?”, questionou.

Para o patriarca de Lisboa, o “mundo globalizado também catolicamente” coincide “muito mais” com o cenário da realidade da Igreja que resulta da “criação de cardeais dos cinco continentes”, mais efetiva no pontificado do Papa Francisco.

“Hoje a Igreja, nas suas determinações centrais e na reflexão que vai fazendo pelos seus membros mais responsabilizados, já não é uma Igreja Europeia, mas latino-americana e de outros continentes”, lembrou o patriarca de Lisboa.

No contexto do segundo consistório do atual pontificado, onde vai ser criado cardeal, D. Manuel Clemente analisou a situação social e eclesial da atualidade, em Portugal e no mundo, em entrevista publicada em edição especial do semanário digital ECCLESIA, e emitida nos programas Ecclesia (Antena 1) e ‘70×7’ (RTP2) do próximo domingo.

PR

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