Congresso Missionário 2022: «O diálogo entre as culturas e as religiões dão-se a pé», afirma especialista em interculturalidade 

Diana de Vallescar Palanca reforça a “abundância e benefícios” que se recebe do contacto com o outro

Foto: Agência ECCLESIA/HM

Lisboa, 15 out 2022 (Ecclesia) – Diana de Vallescar Palanca, investigadora na área de interculturalidade e diálogo inter-religioso, disse este sábado no Congresso Missionário que “o diálogo entre as culturas e as religiões dão-se a pé”.

“O diálogo entre as culturas e as diferentes religiões dão-se a pé, são hoje experiências entre vizinhos, por exemplo em Lisboa, pode dar-se no metro”, relatou a especialista no Congresso Missionário 2022. 

Com a temática “Fraternidade no Diálogo Intercultural e Inter-Religioso”, a intervenção de Diana de Vallescar Palanca iniciou pela gratidão em variados aspetos, nomeadamente na “abundância e benefícios” que se recebe do contacto com o outro, e reforçou a “interdependência uns dos outros”. 

“Não podemos perder o sentido histórico, o Concílio Vaticano II que se atreveu a colocar em agenda o diálogo intercultural e inter-religioso, trazendo as preocupações de João XXIII, de conetar a Igreja ao mundo, sinto que estava longe do mundo”, referiu a investigadora espanhola.

Segundo a oradora o Congresso Missionário, a decorrer em Lisboa, acontece porque houve muitas pessoas a “trabalhar as diversas religiões e o que é a cultura”.

“Graças a tantas pessoas se pode falar publicamente com pessoas de outras religiões e culturas, o que há uns anos não seria possível, teria de ser secreto”, lembra.

Diana de Vallescar Palanca fez ainda referência a Santa Teresa de Jesus, carmelita recordada neste sábado, por considerar que muito aprendeu com a santa que vê como “a primeira comunicóloga que falou com todos, em diferentes contextos sociais, sem internet e antes das ciências da comunicação”.

Na sua intervenção a especialista e investigadora recordou ainda que têm de ser encontradas “condições” para acontecer o diálogo inter-cultural e inter-religioso.

“Têm de haver condições para o diálogo inter-cultural e inter-religioso, para que cada um se possa relacionar e essas condições não caem do céu, criam-se com opções”, assume.

A investigar a interculturalidade e o diálogo inter-religioso desde 1994, Diana de Vallescar Palanca apontou ainda que o verdadeiro “diálogo não se improvisa” e que a fraternidade é um “processo que passa pela responsabilidade individual ativa”. 

O congresso realiza-se de forma presencial e por transmissão online – através do site http://www.conferenciaepiscopal.pt/congressomissio22 -, mais de 450 pessoas estão inscritas, nesta iniciativa da CEP, da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP), Institutos Missionários Ad Gentes (IMAG) e Obras Missionárias Pontifícias (OMP).

SN

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