Comunidade Vida e Paz recupera sem-abrigo

Completa dez anos de existência amanhã, dia 8, um dos três centros residenciais de recuperação e formação profissional da Comunidade Vida e Paz, localizado na Quinta do Espírito Santo, na Sapataria, concelho do Sobral de Monte Agraço. Nasceu de início com uma tipologia caracterizada pela Segurança Social como lar de idosos, mas, na verdade, o centro assume o mesmo objectivo da instituição, de recuperação e reinserção dos sem-abrigo. Apenas com a diferença de estar mais vocacionado para pessoas com idade superior a 45 anos. Na Sapataria os utentes são de várias proveniências, mas essencialmente são contactados no local que a vida os levou a escolher como morada: a rua. Todos os dias a Comunidade Vida e Paz tem três equipas de voluntários, que percorrem as ruas de Lisboa para ajudar os cerca de 400 sem-abrigo. A cada um são entregues duas sandes, fruta e leite ou iogurte. Roupa e agasalhos são igualmente entregues, para além de apoio afectivo, e a cada um é feita a proposta de ingressar num dos centros da Comunidade para recuperação. Há locais já conhecidos das equipas, como a estação de Santa Apolónia ou a Gare do Oriente. Alguns aceitam mudar de vida e aproveitam a oportunidade de poderem aprender uma profissão e recomeçar tudo de novo, com emprego e uma existência mais humana inseridos na sociedade. O projecto da Comunidade Vida e Paz é precisamente proporcionar, aos que passam por uma situação de exclusão social, a oportunidade de passarem por um programa de recuperação psicossocial e técnico-profissional, que lhes permita mudar de vida. Para isso é necessário que a própria sociedade os acolha. Um emprego estável é fundamental e a grande ajuda que pode ser prestada à Comunidade Vida e Paz é principalmente por parte das empresas, oferecendo postos de trabalho. O director do centro localizado na Sapataria, Alfredo Martins, afirma que a vitória final é conseguir trabalho para os utentes, já que é essa a finalidade principal da actividade da Comunidade. Por isso refere a importância da própria empresa de inserção criada dentro da instituição, a Covipaz, que neste momento emprega oito utentes. Mas é apenas um emprego temporário e transitório, uma espécie de estágio antes do regresso definitivo à vida activa Em articulação com o Centro de Emprego de Torres Vedras, a Covipaz presta serviços de jardinagem, agrícolas ou trabalhos de construção civil. Há clientes como as juntas de freguesia da Malveira, Venda do Pinheiro ou Milharado, que recorrem a estes serviços e em alguns casos acabam por contratá-los. Jornal Badaladas

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