Colômbia: Visita do Papa chega em momento fundamental para «reconciliação» do país

Seminarista colombiano e missionário português sublinham papel da Igreja Católica no processo de paz

Lisboa, 04 set 2017 (Ecclesia) – A primeira visita do Papa Francisco à Colômbia, que começa esta quarta-feira, é vista por um seminarista colombiano e um missionário português como um gesto “simbólico” para o processo de paz em curso.

A 20ª viagem internacional do pontificado tem como lema ‘Demos o primeiro passo’ e para Carlos Andrés Giraldo, seminarista, sublinha o “papel muito importante” de um Papa que acompanhou o processo de paz de perto.

O religioso dos Missionários da Consolata sublinha que o conflito entre “liberais e conservadores” na Colômbia foi “mudando ao longo do tempo”, com forte influência do “narcotráfico”.

Carlos Andrés Giraldo é natural de uma cidade do sul, próxima da Amazónia, e recorda “gente que perdeu tudo, a sua família, a sua terra”.

“Foi uma guerra em que todos os colombianos sofreram”, deixando hoje o desafio do perdão.

“Perdoar não é nada fácil”, acrescenta o seminarista, para quem a criação de um clima de paz é “um processo que precisa de tempo, de anos”.

Já o padre António Fernandes, missionário da Consolata, recorda os “esforços que a Igreja fez para a reconciliação” na Colômbia, país onde esteve quatro anos em missão, além de ter ali passado em várias ocasiões nas suas funções dentro do instituto religioso.

O sacerdote viveu no país sul-americano num tempo de “atentados” permanentes por causa das guerras entre narcotraficantes e a violação dos direitos das pessoas, num clima de “violência institucionalizada”, recordando as dificuldades num projeto de transformar “plantações de coca em cacau”.

Para o padre António Fernandes, a visita do Papa representa uma presença “simbólica” num momento “significativo” e “ histórico” para o povo colombiano, após mais de 50 anos de guerra civil.

Francisco vai estar na Colômbia de quarta-feira a domingo, dia em que inicia a viagem de regresso a Roma, onde na próxima segunda-feira.

A viagem inclui uma encontro de oração para a Reconciliação Nacional, com passagens pelas cidades de Bogotá, Villavicêncio, Medellín e Cartagena, numa agenda que inclui encontros com as autoridades locais e os diferentes setores da Igreja Católica do país.

Na sexta-feira, o Papa vai presidir à beatificação de D. Jesús Emilio Jaramillo Monsalve, bispo colombiano assassinado por guerrilheiros em outubro de 1989, e do padre Pedro Maria Ramírez Ramos, morto a 10 de abril de 1948.

Em mais 50 meses de pontificado, o Papa fez 19 viagens internacionais, nas quais visitou o Brasil, Jordânia, Israel, Palestina, Coreia do Sul, Turquia, Sri Lanka, Filipinas, Equador, Bolívia, Paraguai, Cuba e Estados Unidos da América, Quénia, Uganda, República Centro-Africana, México, Arménia, Polónia, Geórgia, Azerbaijão, Suécia, Egito e Portugal, bem como as cidades de Estrasburgo (França), onde passou pelo Parlamento Europeu e o Conselho da Europa, Tirana (Albânia), Sarajevo (Bósnia-Herzegovina) e Lesbos (Grécia).Paulo VI e João Paulo II

PR/OC

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