Coimbra: Plano pastoral até 2020 projetado «fora dos gabinetes» e «com as pessoas»

Bispo destaca o processo em curso de implementação das unidades pastorais

Coimbra, 21 set 2017 (Ecclesia) – O programa pastoral da Diocese de Coimbra até 2020 quis envolver todas as comunidades na preparação do “futuro” da Igreja Católica na região, que terá como grandes desafios a evangelização, a espiritualidade e a reorganização das suas estruturas.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, D. Virgílio Antunes, bispo de Coimbra, realça a importância de cada pessoa, de cada cristão, ser “parte ativa no processo de dinamização e ação pastoral, e não simplesmente recetor de um conjunto de ideias, princípios ou perspetivas elaboradas por outros, em qualquer gabinete”.

“E no que diz respeito a este próximo triénio, definimos três objetivos fundamentais que decorreram dessa consulta ao povo de Deus”, apontou o prelado.

O programa pastoral 2017-2020, da Diocese de Coimbra, foi tema central na jornada de formação pastoral do clero que decorreu terça e quarta-feira no Seminário Maior de Coimbra.

No que diz respeito à organização, D. Virgílio Antunes salienta “este é o primeiro plano pastoral que assume”, de forma “pública e oficial”, a “realidade” das unidades pastorais (conjuntos de paróquias) que estão a ser implementadas na diocese.

Apesar de “não existirem respostas completas”, o prelado acredita que “está aqui uma resposta a muitas das preocupações e dificuldades que se têm vindo a sentir” na região.

Problemas como “a diminuição do número de sacerdotes” e “de habitantes em muitas regiões”, e desafios como o do diaconado permanente, que é uma “realidade emergente”, recente, e que na opinião do bispo de Coimbra, “precisa de um enquadramento mais vasto do que o de uma paróquia”.

Por outro lado, numa diocese onde a ideia é chamar cada vez mais os cristãos à participação, seja na evangelização dos “já batizados” ou “dos que nunca tiveram contacto com Cristo”, seja no “enraizamento com o Espírito”, na “vida de encontro com Deus”, a aposta em unidades pastorais vem dar às pessoas a noção de que “são parte de uma realidade maior do que a sua terra”.

D. Virgílio Antunes reconhece que “não é simples” ultrapassar “o apego à própria terra” ou “o bairrismo”, mas realça que o “caminho” que está a ser traçado pela diocese “é irreversível” para o “dinamismo” que se pretende atingir.

“E as comunidades acabam por beneficiar muito com esta interligação com outras comunidades”, complementa.

O padre Pedro Lopes, vigário-geral da Diocese de Coimbra e que tem acompanhado de perto o processo de implantação das unidades pastorais, destaca por exemplo os benefícios desta reorganização para populações até agora mais isoladas ou distantes do centro do território.

“Aldeias muito pequeninas, só com pessoas idosas. Se elas se virem envolvidas por uma Igreja que se lembra delas e que as faz experimentar que afinal ainda existem, que ainda estão integradas numa comunidade maior, isso dá-lhes outra visão da sua situação”, sustentou.

As jornadas de formação pastoral do clero da Diocese de Coimbra contaram com intervenções de D. José Traquina, bispo auxiliar de Lisboa; do padre José Frazão Correia, provincial dos Jesuítas; e do padre José Alvaíde Duarte, presidente da Comissão para a Missão e Nova Evangelização da Diocese de Lamego.

JCP

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