Coimbra: Obras de requalificação do Seminário Maior estão «a 60% da sua execução»

Projeto sofreu com os efeitos da pandemia, mas «está bem orientado», disse o reitor da instituição

Foto: Agência ECCLEISIA/CB

Coimbra, 21 jun 2023 (Ecclesia) – O reitor do Seminário Maior de Coimbra disse que as obras de conservação e requalificação estão “a 60% da sua execução”, assumindo que o projeto sofreu com os efeitos da pandemia, mas “está bem orientado”.

“É uma obra pesada e difícil, que foi agravada pela pandemia, começou em março/abril de 2020, tem a marca do início da pandemia, e depois tem a marca da guerra, com tudo o que dai decorre: Aumento dos materiais, falta de mão-de-obra, todos esses constrangimentos, que dificultam ainda mais o projeto. Isso fez com que os preços fossem outros e, provavelmente, não vamos ter recursos para finalizar do modo que tínhamos pensado, teremos de fazer muitas opções e prescindir de algumas coisas”, explicou o padre Nuno Santos à Agência ECCLESIA.

As obras de reabilitação estão a realizar-se num edifício histórico, o edifício principal do seminário foi mandado construir pelo bispo D. Miguel de Anunciação, as obras começaram em 1748, com a direção do italiano Francesco Tamossi, arte italiana do século XVIII em Portugal, junto ao jardim botânico de Coimbra.

O reitor afirma que “é um projeto que está bem orientado”, a obra está a “correr muito bem”, estão alinhados com as equipas em trabalho, “o que não aconteceu há algum tempo” e tiveram de “prescindir da empresa”, mas, agora, “as coisas estão orientadas, é mais recursos e tempo”.

“Todo o dinheiro que nós fazemos é sempre pouco em comparação com as nossas necessidades. Em todo o caso, aceitamos isso como um desafio e como uma realidade”, salientou.

O padre Nuno Santos explicou que têm duas vertentes, uma é o dinheiro que pediram para esta obra, mas explica que também recebem “entre 120 a 170/180 mil euros, por ano, de donativos, que é uma parte muito importante”, publicam as contas todas no sítio online do seminário, mas “as despesas são muito maiores”, acrescentou, recordando que têm seminaristas em formação na Diocese do Porto, com “uma despesa que ronda quase 100 mil euros”.

Ainda nas obras à volta do Seminário Maior de Coimbra, lembra as pessoas a trabalhar na arqueologia, na fiscalização, os seguros associados, “que representa mais 150 mil euros”, e já contabiliza “250 mil euros” de despesas, para além da “própria estrutura do seminário”.

A segunda vertente, que é “relevante”, o reitor do Seminário Maior explica que têm uma ‘Comunidade das 11’, que reúne aos domingos, que “responde muito positivamente” e ao mesmo tempo “é muito generosa”, ao longo do tempo da pandemia Covid-19, distribuíram “mais de 40 mil euros por instituições ou pessoas carenciadas”, desde março de 2020”.

Nós precisamos de dinheiro, mas também achamos que esse facto não nos compromete em relação à sociedade e à realidade que está a passar momentos difíceis. Queremos estar também aí, solidários e atentos a essas necessidades e a continuar a partilhar com os que mais necessitam”.

O padre Nuno Santos realça que o seminário é lugar de “lançar sementes” e só podem “dar graças a Deus” terem uma comunidade tão ativa, “envolvida na sociedade, que marca tanto esta cidade”.

O sacerdote recordou ainda que foi seminarista nesta casa, entre 1994 e 2000, e, na altura, tinha “pouquíssimas preocupações com o espaço futuro, a não ser com o espaço presente”, que sempre gostou de comentar, e “achava que precisava de alguns elementos, de melhorias”, integrou a equipa de património e cultura e “alguns pormenores” que sugeriram ainda “estão no espaço hoje, 20 e tal anos depois”.

“Em 2016, quando cheguei, era uma casa enorme e vazia; O seminário tinha desaparecido, digamos da história da cidade, e até quase da diocese. Hoje, somos claramente uma das instituições mais importantes da cidade a nível cultural, a nível de acolhimento da dimensão da formação e da cultura, e, claro, a nível espiritual”, desenvolveu.

O Governo português classificou o edifício do Seminário Maior de Coimbra, incluindo os três edifícios, os jardins e os muros envolventes, como monumento de interesse nacional, num decreto publicado em Diário da República, no dia 7 de junho de 2021.

CB/OC

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