Cinema: Uma Outra Educação

Lone Scherfig, realizadora dinamarquesa, é conhecida pela combinação de simplicidade que usa nos temas que escolhe e o tipo de tratamento, de extraordinária sensibilidade, a que os submete nos seus filmes.

Assim aconteceu em “Italiano para Principiantes”, delicioso filme que me serviu de introdução ao trabalho da realizadora, passado na Dinamarca e filmado sob as regras Dogma 95 , em que a vida de uma pequena comunidade algures na Dinamarca se projecta e se transforma graças a um simples curso de italiano. A delicadeza de tratamento do tema valeu ao filme inúmeros prémios, incluindo o prémio Signis, Urso de Prata e prémio Fipresci (Federação Internacional da Imprensa Cinematográfica) em Berlim.

Dois anos mais tarde, Lone voltou a aplicar o seu dom para criar o belo e melancólico “Wilbur quer Matar-se”, sua primeira incursão cinematográfica em língua inglesa onde trata de forma tocante e delicada do amor, da vida e da morte. Forma e conteúdo tornam a granjear um prémio Signis a este filme, desta feita no Festróia, em Portugal

Finalmente, a partir do argumento de Lynn Barber e de novo numa incursão britânica, “Uma Outra Educação” é a história muito bem contada duma estudante da classe média britânica que se vê numa encruzilhada, entre a vida universitária para a qual se preparou e a que briosamente se pode candidatar e o fascínio do amor e de uma liberdade quase ilimitada. Inebriada pela perspectiva de viver uma vida de sonhos, colocando sob olhar crítico os ideais com que cresceu, Carey Mulligan terá que fazer a difícil escolha de vida própria da passagem à idade adulta, tendo para tal que pesar os sempre essenciais… valores.

Margarida Ataíde

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