China: Vaticano manifesta preocupação após detenção de cardeal em Hong Kong

D. Joseph Zen Ze-kiun foi libertado sob fiança, enfrentando acusação de colaborar com forças estrangeiras

Foto: Vatican Media

Roma, 13 mai 2022 (Ecclesia) – O secretário de Estado do Vaticano lamentou hoje a detenção do cardeal Joseph Zen Ze-kiun, em Hong Kong, que seria libertado após algumas horas de detenção, sob a acusação de colaborar com forças estrangeiras.

“Lamento muito esta questão e desejo manifestar a minha proximidade ao cardeal Zen que foi libertado e bem tratado”, referiu o cardeal Pietro Parolin, em Roma, falando aos jornalistas à margem de um evento dedicado ao Papa João Paulo I.

O colaborador mais direto do Papa disse esperar que estes acontecimentos “não venham a complicar o já complexo e longe de ser um caminho fácil de diálogo entre a Santa Sé e a Igreja na China”.

A polícia de Hong Kong deteve o cardeal Zen esta semana, sob a acusação de “conluio com forças estrangeiras”, como administrador de um fundo para apoiar manifestantes pró-democracia em custos legais e de saúde.

O cardeal salesiano foi um dos administradores da organização, fundada em 2019 e dissolvida em outubro de 2021.

A Igreja Católica local manifestou-se “extremamente preocupada com as condições e segurança” do cardeal, de 90 anos, que foi libertado sob fiança.

A detenção do responsável, que de 2002 a 2009 foi bispo católico de Hong Kong, foi alvo de reparos do Vaticano.

“A Santa Sé tomou conhecimento, com preocupação, da notícia da prisão do cardeal Zen e está acompanhando a evolução da situação com extrema atenção”, referiu na tarde desta quarta-feira o porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, em resposta às perguntas dos jornalistas.

Em outubro de 2020, a Santa Sé e a República Popular da China anunciaram a renovação do acordo assinado em outubro de 2018 sobre a nomeação de bispos católicos no país asiático.

As relações diplomáticas entre a China e a Santa Sé terminaram em 1951, após a expulsão de todos os missionários estrangeiros, muitos dos quais se refugiaram em Hong Kong, Macau e Taiwan.

OC

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