CEP contra «redefinição» do casamento

Conferência Episcopal publica carta pastoral «A propósito da ideologia do género»

Fátima, Santarém, 14 nov 2013 (Ecclesia) – A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) publicou hoje em Fátima uma carta pastoral “a propósito da ideologia do género” na qual se manifesta contra a “redefinição do casamento”, alargado a uniões entre pessoas do mesmo sexo, e a coadoção.

“As alterações legislativas que refletem a mentalidade da ideologia do género -concretamente, a lei que, entre nós, redefiniu o casamento – não são irreversíveis. E os cidadãos e legisladores que partilhem uma visão mais consentânea com o ser e a dignidade da pessoa e da família são chamados a fazer o que está ao seu alcance para as revogar”, pedem os bispos, no final dos trabalhos da assembleia plenária que decorreu desde segunda-feira.

A carta pastoral sustenta que ideologia do género pretende provocar uma “revolução antropológica”, secundarizando a identidade sexual como “condição natural e biológica”.

“Assim ficaria aberta a porta para a legitimação das uniões homossexuais e para o aparecimento de diversas alternativas à família de sempre, já não constituída por uma mãe, um pai e filhos, com raízes na sexualidade, matriz da nossa identidade”, alertam.

O documento identifica um conjunto de “campos” em que esta ideologia tem vindo a promover o que se denomina por “rutura civilizacional”, que passa, entre outros, por uma “promoção de alternativas à linguagem comum”.

“Em vez de sexo (algo de básico, identificador da pessoa) fala se em género (construção cultural e psicológica de uma identidade); em vez de igualdade entre homem e mulher, referem a igualdade de género; a família é substituída por famílias”, pode ler-se.

Os bispos insurgem-se contra a “doutrinação” da ideologia do género através do ensino, considerada contrária à “colaboração entre as dimensões masculina e feminina”.

“Trata-se da defesa de um modelo de sexualidade e de família que a sabedoria e a história, não obstante as mutações culturais, nos diferentes contextos sociais e geográficos, consideram apto para exprimir a natureza humana”, refere a CEP.

Os bispos defendem que a família é “quem garante a renovação da sociedade através da geração de novas vidas e assegura o equilíbrio harmonioso e complexo da educação das novas gerações”.

“Por isso, nunca um ou mais pais podem substituir uma mãe, e nunca uma ou mais mães podem substituir um pai”, acrescentam.

Segundo a CEP, a maternidade “não é um peso de que a mulher necessite de se libertar” e “não é supérfluo sublinhar a importância dos papéis da mãe e do pai na educação das crianças e dos jovens”.

“De qualquer modo, a resposta mais eficaz às afirmações e difusão da ideologia do género há de resultar de uma nova evangelização. Trata-se de anunciar o Evangelho como este é: boa nova da vida, do amor humano, do matrimónio e da família, o que corresponde às exigências mais profundas e autênticas de toda a pessoa”, conclui a mensagem.

OC

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