Catequese: Desafios e prioridades na nova evangelização

Lisboa, 11 fev 2015 (Ecclesia) – A diretora do Departamento da Catequese explicou que o encontro de “natureza institucional” com o Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização permitiu “compreender as novas instruções e linhas de trabalho” na linha das prioridades do Papa Francisco.

“O Papa Francisco trouxe ao Vaticano a visão de países onde a catequese tem vigor, alegria, criatividade e presença na Igreja que de alguma forma se perdeu um pouco em termos de vigor de alegria e até de reconhecimento nas Igrejas da Europa”, assinalou Cristina Sá Carvalho sobre o que pode mudar na catequese na linha das prioridades da nova evangelização.

À Agência ECCLESIA, a responsável do Secretariado Nacional da Educação Cristã revela que no pretende-se “ajudar a Europa”, cujas sociedades “estão a secularizar-se e desumanizar-se muito rapidamente” a ver a catequese daquilo que é o ponto de vista do resto do mundo.

A diretora do Departamento da Catequese explicou que no encontro de “natureza institucional”, o Conselho Pontifício para a Nova Evangelização mostrou às diferentes conferências episcopais europeias os seus objetivos relativamente às “equipas de trabalho”.

Neste encontro em Roma conversaram ainda sobre as “novas instruções e linhas de trabalho” que podem implicar “algumas mudanças”, em concreto um “reforço do interesse e trabalho em torno da catequese”.

Nesse sentido, reafirmaram a importância da dimensão da cultura e das “novas possibilidades” que esta proporciona como a internet e a tecnológica que “não são apenas novas linguagens” mas “novas formas de habitar o mundo”.

“Novas culturas que é preciso conhecer, aprofundar, e aprender a dialogar mas também saber reafirmar no mundo de hoje os tesouros sempre antigos mas sempre novos”, observou Cristina Sá Carvalho.

Segundo a diretora do Departamento da Catequese, a importância do primeiro anúncio para o qual o Papa Francisco aponta “traz uma perspetiva nova” que implica “anunciar Jesus Cristo” mas ter uma “vida de relação com Ele”.

“É primeiro momento e primeiro em prioridade sempre no centro da evangelização e da catequese, o reforço da identidade”, acrescenta a entrevistada que alerta que ao retirar-se o “essencial da mensagem” numa seleção de conteúdos corre-se o risco de “tirar espessura teológica” privilegiando o que é “mais simples e acessível”.

Desta forma, pretende-se que para além do reforço de “conteúdos com espessura teológica” que haja uma vida sacramental com “seriedade”.

“Na Europa temos a ideia de que a participação dominical é uma espécie de picar ponto que fazem alguns cristãos mais simpáticos”, alerta Cristina Sá Carvalho neste contexto.

Outra dimensão no processo da nova evangelização que merece reflexão para a responsável, na linha do Papa Francisco, e que em Portugal já “perceberam” são problemas da catequese de natureza “eclesial, das comunidades de fé”: “Como as vivemos; como são lideradas e como cada cristão se sente responsável pela vida da comunidade que é a sua.”

Segundo a diretora do Departamento da Catequese, nas comunidades onde a catequese “está viva” estas têm mais possibilidade de “viver e cumprir” o seu papel de serem testemunhas e evangelizadores.

“Muitas vezes as pessoas sentem-se atraídas pela fé e são afastadas pela ausência de testemunho ou contra testemunho”, desenvolve.

Neste encontro esteve presento o presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé, D. Manuel Pelino, entre 27 e 29 de janeiro, em Roma.

HM/CB

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