Catequese: Comunicação com as famílias é essencial no arranque de novo ano, marcado pela pandemia

Responsáveis de cinco dioceses fizeram formação no Seminário de Viseu

Formação catequistas Viseu
Foto_ Agência ECCLESIA/CB

Viseu, 12 set 2020 (Ecclesia) – O Seminário de Viseu acolheu um encontro de responsáveis de cinco dioceses portuguesas sobre o novo paradigma de formação para os catequistas, convidados a uma comunicação constante com as famílias, em tempos de pandemia.

“Não é fácil, as pessoas estão com medo. O regresso à escola mete medo, à catequese também. Temos de incentivar todos para que não tenhamos receio, é uma missão de esperança”, assinalou hoje D. António Luciano, bispo de Viseu, em declarações à Agência ECCLESIA.

Para o responsável católico, neste tempo de pandemia, “ser catequista é exercer este ministério como profecia e como memória”.

O bispo de Viseu sublinha que, seja com a presença física, seja através das novas tecnologias, o essencial é “responder”, destacando a família como “primeira escola da fé”.

“Não podemos cruzar os braços”, aponta.

Lígia Borges, da Paróquia da Conceição – Covilhã (Diocese da Guarda), é catequista há cerca de 10 anos, assumindo agora responsabilidades na formação de novos catequistas.

“Este curso é uma aposta fundamental na qualidade da catequese”, refere a entrevistada.

O novo ano de catequese começou a ser preparado com a preocupação de promover desfasamento de horários e divisão dos grupos maiores – o que leva à necessidade de mais catequistas – e um misto de “sessões presenciais e online”.

“Esta pandemia trouxe o risco da desabituação catequética”, com uma quebra de seis meses nas sessões presenciais, adverte Lígia Borges.

A catequista refere que é preciso que todos se “sintam em segurança”, para que os pais não tenham medo de enviar os filhos à catequese.

Elisabete Nunes, da paróquia de São Julião- Cacia (Diocese de Aveiro), é catequista há cinco anos, integrando o Secretariado da Adolescência e da Catequese

“É importante que os catequistas aprendam novas formas de comunicar”, para ser “mais capaz de ter uma ação missionária”, assinala a entrevistada, admitindo que não é fácil encontrar novos catequistas, “em particular nas faixas mais jovens”.

A situação provocada pela Covid-19 obrigou à adaptação dos espaços e divisão dos grupos, o que exige “mais tempo e mais recursos humanos”.

Elisabete Nunes destaca a importância de “passar tranquilidade aos pais”.

“A paróquia preocupou-se em criar espaços onde as crianças e os adolescentes possam estar em segurança”, observa.

O plano passa por catequeses presenciais e online ou com sessões quinzenais, segundo as circunstâncias.

“É um processo que está em construção”, indica.

A primeira formação do curso ‘Ser Catequista’, que vem substituir o curso de iniciação catequética até agora em vigor, começou na noite de sexta-feira e encerrou-se esta tarde, com a presença de participantes das cinco dioceses das Beiras: Aveiro, Coimbra, Viseu, Guarda e Lamego

A formação iniciou-se com uma saudação aos participantes, a cargo de D. António Luciano, e uma apresentação de D. António Moiteiro, presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé (CEECDF).

Hoje, Maria Luísa Boléo, membro da equipa redatora do curso, orientou os trabalhos com a apresentação dos temas.

Para D. António Luciano, bispo de Viseu, é fundamental que os catequistas sejam “discípulos missionários”.

“Ser catequista é ser um anunciado da Boa Nova de Jesus, é ser um agente que, pela vivência e o testemunho da fé, vai procurar que outros também a vivam”, precisou.

Até 2023, a Diocese de Viseu está centrada no tema da “iniciação cristã”.

“Há muita gente que é batizada, mas não sabe o que é ser cristão”, lamenta D. António Luciano.

Os responsáveis da catequese em Portugal elaboraram um documento com ‘Orientações para a Catequese em tempo de Pandemia’.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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