O Padre Francisco Rodrigues, Vice-postulador da causa da canonização do Beato Nuno de Santa Maria, não escondeu a sua satisfação perante o sucesso deste processo, falando do seu trabalho em favor desta canonização como uma missão de vida. Em declarações à Agência ECCLESIA, o sacerdote carmelita sublinha a fama de santidade de que goza o futuro Santo, em vários pontos do mundo, e fala da “humildade” e da atenção aos mais desfavorecido como as grandes lições do Condestável para os nossos dias. Desde 2001, foi ao Pe. Rodrigues que coube a missão de recolher, analisar e enviar para Roma os documentos e o relato miraculoso que foram fundamentar o pedido de canonização. Agora, fica com “a alegria do dever cumprido”. O trabalho foi “muito, longo, persistente” e o maior reconhecimento é ver o Beato Nuno no “catálogo universal” dos Santos da Igreja. O tempo até à cerimónia, contudo, é escasso e tudo tem de estar pronto até 26 de Abril. “Agora terão de ser preparadas Eucaristias, terços, celebrações da Liturgia das Horas ou vigílias”, aponta, acrescentando que todo o país vai ser chamado a unir-se a esta causa, havendo ainda “um esforço de mentalização para participar, em Roma” na cerimónia da canonização. O material de apoio está “pronto a ser distribuído”. Este anúncio “é um reconhecimento a nível de Igreja”, e a comunidade católica “está muito feliz”, acrescenta. O responsável pela Ordem do Carmo em Portugal, Fr. Agostinho Marques de Castro, assinala que o novo Santo ainda é “uma figura muito actual” para o mundo de hoje, violento e dividido, frisando que estamos na presença de um homem que “soube trocar a guerra pela paz”. Confessando o seu “fascínio” pela figura de Nuno Álvares Pereira, pela coragem e pelo “estilo de vida simples”, o Pe. Marques de Castro destaca a lição de quem ensinou a “saber viver uns com os outros”, “partilhar, respeitar e ajudar as pessoas, mesmo aqueles que eram adversários”. Da espiritualidade carmelita, acrescenta, o futuro Santo soube integrar “a intimidade com Deus, o crescimento interior, sem se agarrar ao que é efémero”.