Cáritas: Serviço público e ação social «não se atém» no Estado

Guilherme d’Oliveira Martins lembra encíclica «Pacem in terris» para falar de direitos e deveres de cidadania

Lisboa, 22 mar 2019 (Ecclesia) – Guilherme d’Oliveira Martins afirma a importância das “organizações de proximidade” no trabalho de ação social e lembra que o serviço público não se “atém” no Estado.

“A comunidade tem assim de representar a sociedade e os cidadãos, devendo o serviço público corresponder sempre a uma rede de iniciativas de cidadãos criadores e participantes”, escreve o administrador-executivo da Fundação Calouste Gulbenkian num texto publicado na Agencia ECCLESIA, a propósito da Semana Cáritas que decorre até ao próximo domingo.

“Na Semana Nacional da Caritas 2019 importa pôr a tónica no papel fundamental das organizações de proximidade. Falamos da salvaguarda da diversidade, da complementaridade e da consideração de «uma só família humana»”.

Guilherme d’Oliveira Martins relembra o “catálogo de direitos aceites e reconhecidos pelas Nações Unidas, que a encíclica «Pacem in Terris» refere”, nomeadamente o “padrão de vida digno”, o “respeito pelos valores morais e culturais”, a satisfação de “necessidades económicas”, e o direito de “associação, de participação política, de liberdade religiosa e de consciência”.

Mas, lembra o responsável, consequentes deveres que cabem aos cidadãos: “reciprocidade entre direitos e responsabilidades, colaboração mútua entre pessoas, convivência na verdade, na justiça, no amor e na liberdade, bem como salvaguarda de uma ordem moral, cujo fundamento para os cristãos é o próprio Deus”.

A “qualidade do cuidado” e a noção de “serviço público” devem orientar as respostas em áreas como a educação, a saúde, a proteção social, o meio ambiente e a qualidade de vida, bem como as mudanças que a “demografia” provoca para “encontrar novos caminhos”.

“A Cáritas pretende assim aperfeiçoar-se como instituição que incentive e favoreça os cuidados de proximidade. O bem comum não é uma abstração é o reconhecimento da dignidade humana”, finaliza Guilherme d’Oliveira Martins.

LS

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